
Com uma trajetória marcada por força, arte e resistência, Jacira Roque de Oliveira, mais conhecida como Dona Jacira, morreu nesta segunda-feira (28), aos 60 anos, em São Paulo. Mãe do rapper Emicida e do cantor e empresário Evandro Fióti, ela estava internada na capital paulista. A causa da morte não foi divulgada até o momento, mas amigos da família confirmaram a notícia ao site da revista Marie Claire.
Natural da zona norte paulistana, Dona Jacira lutava há mais de duas décadas contra o Lúpus, doença autoimune que enfrentava enquanto realizava hemodiálise há mais de 25 anos. Mesmo com as limitações de saúde, ela construiu uma carreira sólida como escritora e artista plástica. Além dos filhos Emicida e Fióti, ela também deixa as filhas Katia e Katiane.
Em 2018, Dona Jacira publicou a autobiografia 'Café', onde compartilhou vivências da periferia e reflexões sobre a maternidade e a cultura negra. Além disso, ela também criou uma coleção de bonecas feitas com retalhos reaproveitados e apresentou um podcast com reflexões sobre a vida. Em 2022, estreou na televisão como protagonista de um documentário exibido no GNT sobre herança cultural e identidade.
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Conflito familiar
Nos últimos meses, Dona Jacira esteve envolvida publicamente em uma delicada disputa entre os filhos. Em abril deste ano, Emicida e Fióti anunciaram o fim da sociedade artística e empresarial entre eles, encerrando a parceria à frente do selo Laboratório Fantasma de maneira litigiosa.
Na época, Fióti foi acusado pelo irmão de ter desviado cerca de R$ 6 milhões da empresa. Em meio à polêmica, Dona Jacira manifestou apoio ao filho mais novo por meio de um comunicado.
“As hienas nos rondam, querem nossa queda. Mas não conseguirão. Fióti, sua dor é nossa dor. Quando a injustiça se instala, com todo respeito ao jurídico, as mediações de conflitos e estratégias para restabelecer a ordem é muito importante. Porém eu, Dona Jacira, digo que a maldição lançada em forma de calúnia deve ser retirada. Pela boca que a lançou. Antes que seja tarde”, declarou na ocasião.
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O conflito entre os irmãos começou após Emicida revogar a procuração que dava a Fióti poderes administrativos sobre a empresa. Fióti recorreu à Justiça para tentar recuperar o acesso às contas, mas teve o pedido negado. A decisão judicial reforçou que Emicida possui 90% das cotas do Laboratório Fantasma, enquanto Fióti detém 10%.
A defesa de Fióti nega qualquer irregularidade e afirma que os valores transferidos a ele faziam parte dos lucros a que tinha direito, segundo um acordo entre os dois. “A acusação de desvio é falsa e inverte os fatos”, declarou.
Referência cultural
Figura respeitada no meio cultural periférico paulistano, Dona Jacira era conhecida pela produção artística e pelo ativismo. A trajetória dela como mulher negra, mãe solo e artista que transformou dor em expressão é amplamente reconhecida por diferentes gerações.
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