Justiça nega habeas corpus e mantém o rapper Oruam preso

O universo da fama e do crime, que parece alimentar o imaginário popular, ganhou um novo capítulo com a prisão de Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, de 23 anos. O rapper, que em 2024 se apresentou nos palcos do Rock in Rio e Lollapalooza, agora vê sua “carreira” interrompida pelas grades de uma prisão.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou, na noite da última quarta-feira (6), o pedido de habeas corpus feito pela defesa do cantor, que buscava substituir a prisão por monitoramento com tornozeleira eletrônica. A decisão foi assinada pela desembargadora Marcia Perrini Bodart, da 4ª Câmara Criminal, que entendeu não haver ilegalidade aparente na prisão, destacando ainda trechos do processo que apontam para um “padrão de conduta” preocupante por parte do artista.

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Preso desde 31 de julho, Oruam é acusado de tentativa de homicídio contra um delegado e um policial civil, além de associação ao tráfico de drogas e envolvimento com a facção Comando Vermelho. A Justiça já havia decretado sua prisão preventiva no dia 22 de julho. Ao se entregar, ele publicou um vídeo nas redes sociais alegando inocência: “Não sou bandido”.

Filho do crime

A repercussão vai além do mundo jurídico. Oruam é filho de Márcia Gama e de Marcinho VP, um dos principais líderes do Comando Vermelho, atualmente preso. Ele também é sobrinho de Elias Maluco, responsável pelo assassinato do jornalista Tim Lopes. O artista tem tatuagens em homenagem aos dois. Apesar disso, sempre negou participação em atividades criminosas.

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Lei Anti O.R.U.A.M

Em meio às polêmicas, o rapper lançou a faixa “Lei Anti O.R.U.A.M”, uma resposta ao projeto da vereadora paulistana Amanda Vettorazzo (União Brasil/MBL), que propõe vetar a contratação de artistas que façam apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas. O artista acusou o projeto de ter motivações preconceituosas contra o rap, o funk e o trap.

Mas as investigações sobre Oruam não param por aí. Ele também foi denunciado ao Ministério Público Federal por promover plataformas ilegais de apostas e é alvo de pedidos de apuração por lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

Carreira e ostentação

Com carreira iniciada em 2021 e popularizada com a faixa “Invejoso”, o jovem cantor viu sua ascensão acelerada após entrar na gravadora Mainstreet, de Orochi. Sua vida de luxo é exibida nas redes, com joias, carros importados, festas e até um gato exótico avaliado em R$ 100 mil. Em 2022, foi eleito “Revelação do Trap” pelo portal Sobre Funk.