No meio da efervescência cultural dos anos 1980, quando a televisão buscava novos ídolos e as revistas masculinas disputavam espaço sob o olhar rígido da censura, um episódio envolvendo Pelé e Xuxa mobilizou uma redação inteira em São Paulo.
O caso, relembrado no podcast Estrelas da Capa: as Histórias da Playboy, do UOL Prime, revela como um simples conjunto de negativos fotográficos se transformou em pauta urgente e presença ilustre na editora Abril.
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A história remonta ao ensaio que Xuxa realizou para a edição de dezembro de 1982 da Playboy. Já em ascensão como apresentadora infantil, ela temia que aquelas imagens, nas quais posou nua ao lado da irmã, Maruska, prejudicassem sua carreira emergente na TV Manchete. Para evitar ruídos em sua trajetória voltada ao público infanto-juvenil, Xuxa contou com um aliado influente: seu então namorado, Pelé.
Pelé entra em cena
Foi o próprio Rei do Futebol quem procurou a direção da revista em 1985 para negociar a devolução dos negativos. Segundo o jornalista Ricardo Setti, então redator-chefe da publicação, a presença de Pelé na sede da Abril virou um acontecimento interno: office boys, secretárias, repórteres e editores largaram o que estavam fazendo para acompanhar a visita incomum.

Mário Escobar de Andrade, diretor da revista, concordou em atender ao pedido, mas estabeleceu uma condição. Em troca dos negativos, Pelé deveria conceder uma entrevista exclusiva. Ele aceitou, e acabou fazendo revelações sobre o relacionamento com Xuxa, incluindo detalhes íntimos que mais tarde deixaram a apresentadora desconfortável.
Uma Playboy sob a vigilância do regime
O podcast também revisita os desafios que a editora Abril enfrentou ao trazer a Playboy para o Brasil em 1975, ainda durante o regime militar. Embora a revista fosse mundialmente reconhecida pela ousadia estética, por aqui ela desembarcou sob vigilância apertada e com limitações rigorosas.
A censura determinava não apenas que o título “Playboy” não fosse usado inicialmente, substituído por A Revista do Homem, como também estabelecia um conjunto de regras para as imagens: dois mamilos nunca poderiam aparecer na mesma foto, e nádegas só parcialmente.
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Cada edição precisava ser avaliada previamente pelo diretor da Divisão de Censura de Diversões Públicas, que analisava minuciosamente as fotos, muitas vezes com régua e caneta em mãos, enquanto descartava os textos como meras “bobagens”.
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