Bastam poucos segundos de descuido para transformar uma viagem comum em um risco real de tragédia. No caso do avião que transportava o DJ Alok, em 2018, uma sequência de decisões equivocadas e falhas operacionais quase terminou de forma muito mais grave.
A investigação oficial sobre o episódio foi concluída agora pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e revela detalhes preocupantes sobre o que levou a aeronave a sair da pista durante a decolagem.
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Na ocasião, dois pilotos e sete passageiros estavam a bordo. O voo partiria de Juiz de Fora, em Minas Gerais, com destino a Belém, no Pará. Durante a decolagem, no entanto, o avião não conseguiu manter o desempenho esperado, saiu da pista e provocou um pequeno incêndio na vegetação próxima ao aeroporto. Apesar do susto, ninguém ficou ferido.

De acordo com o relatório do Cenipa, a tripulação havia sido informada inicialmente sobre apenas quatro passageiros. Outros três entraram na aeronave sem aviso prévio, quando os pilotos já haviam configurado o sistema de gerenciamento de voo. Mesmo assim, a decolagem foi iniciada sem a atualização desses dados essenciais.
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Com o número real de ocupantes, o avião ultrapassou o peso máximo permitido para decolagem. Segundo o Cenipa, o limite estabelecido pelo fabricante era de 9.072 quilos, e a estimativa é de que a aeronave estivesse cerca de 175 quilos acima desse valor no momento da tentativa de decolagem.
O relatório também aponta que a tripulação ignorou alertas claros do painel. A luz de “NO TAKEOFF” (“não decolar”) acendeu duas vezes, indicando que as condições não eram seguras para o voo. Ainda assim, os pilotos optaram por seguir com a manobra. A investigação revela que, na véspera, a mesma aeronave já havia realizado outro voo com o alerta ativo, o que pode ter levado a tripulação a subestimar o risco.

“É possível que eles tenham internalizado a crença de que o acendimento dessa luz estava associado a um problema de menor relevância no contexto operacional”, destaca o relatório do Cenipa. A análise também aponta que um dos pilotos atuava como freelancer e tinha expectativa de ser efetivado pela empresa operadora, fator que pode ter influenciado a decisão de prosseguir com o voo apesar das advertências.
Outro ponto crítico foi a demora na decisão de abortar a decolagem. Segundo o Cenipa, esse atraso teve impacto direto no comportamento da aeronave após a tentativa de interrupção, contribuindo para que o avião saísse da pista.
A investigação não tem como objetivo apontar culpados ou responsabilizar os envolvidos. O foco do relatório é identificar falhas e emitir recomendações para evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer, reforçando protocolos de segurança e tomada de decisão na aviação civil.
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