A televisão brasileira sempre foi palco de encontros improváveis, silêncios estratégicos e conflitos que extrapolam a tela. Em tempos de polarização política, até o especial de fim de ano - tradicional espaço de celebração e consenso - pode se transformar em arena pública de embates ideológicos. Foi nesse clima que, na madrugada desta segunda-feira (15), um vídeo publicado por Zezé Di Camargo ganhou força nas redes sociais e colocou o SBT no centro de mais uma controvérsia nacional.
No registro, o cantor sertanejo pede publicamente que o SBT não exiba o especial de fim de ano que ele próprio gravou para a emissora. O motivo seria a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lançamento do SBT News, novo canal de notíicias da casa. Em tom de desabafo, Zezé afirmou que o que viu "não faz parte" de seu pensamento e criticou uma suposta mudança de postura da emissora, mencionando, de forma indireta, as filhas de Silvio Santos. "Estão prostituindo", disse o artista, em uma das falas que mais repercutiram.
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No vídeo, Zezé tenta se equilibrar entre a crítica política e uma declaração de neutralidade institucional. Afirma não ter "nada contra ninguém", diz torcer pelo Brasil e pelo povo brasileiro, mas demonstra desconforto com a presença do presidente em um evento simbólico da emissora fundada por Silvio Santos. Para o cantor, haveria um distanciamento entre a linha adotada atualmente pelo SBT e a visão que, segundo ele, o fundador mantinha sobre política e governo.
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REPERCUSSÃO NAS REDES SOCIAIS
A reação dos internautas foi imediata e intensa. Nos comentários da postagem no perfil do Instagram @gossipdodia, o episódio dividiu opiniões de forma quase aritmética. Parte do público aplaudiu a postura do cantor, exaltando sua independência financeira e criticando o que chamaram de "fanatismo político" de artistas alinhados ao governo. Outros, no entanto, ironizaram a fala de Zezé, lembraram sua recorrente contratação por prefeituras e governos e destacaram que Lula, como presidente da República, é uma autoridade institucionalmente convidada para eventos desse porte.
Entre críticas ácidas, memes e defesas apaixonadas, surgiram também comentários mais reflexivos. Alguns usuários apontaram a incoerência de rejeitar a presença do Estado apenas quando ele não corresponde a determinadas preferências ideológicas. "Democracia é coexistência, não conveniência", escreveu um internauta, em uma das mensagens mais compartilhadas.
O episódio expõe não apenas o desgaste da relação entre artistas e emissoras em um cenário politizado, mas também a dificuldade de separar entretenimento, jornalismo e opinião pessoal em tempos de redes sociais. Ao pedir que seu próprio especial não vá ao ar, Zezé Di Camargo transforma um produto televisivo em gesto político - e reforça que, no Brasil de hoje, até o fim de ano deixou de ser neutro.
VEJA O VÍDEO:
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