Diante da fila de 2 mil pessoas à espera de um autógrafo na Bienal do Livro do Rio, nesta sexta-feira (11), o padre Marcelo Rossi, 48, lembrou das críticas recebidas no início da carreira de músico e escritor nos anos 90. "Muitos críticos classificaram meu trabalho como uma moda passageira. Mas os frutos falam por si. A minha missão é evangelizar. Alcancei um grande número de pessoas com a música e livros", disse ele à reportagem.

A maioria das pessoas na fila segurava o livro "Ágape", escrito por Marcelo Rossi. "Como Ágape não existe. Vendeu 10 milhões de cópias quando foi lançado. Hoje não vende mais tanto porque quem gosta do padre já tem o seu", avaliou Mauro Palermo, diretor da editora.

Já outros que aguardavam com a expectativa de ganhar um autógrafo (e uma bênção) seguravam seu mais recente lançamento, "Philia" (editora Principium, 2015). No livro, Rossi assumiu publicamente ter passado por uma depressão e conta como derrotou esses e outros "males contemporâneos" com o auxílio do amor fraternal, significado da palavra grega do título.

"Escutava muita carga negativa, tanto em confissões como no dia a dia. Meus ouvidos eram como cestos de lixeira. E eu não botava para fora. Entrei em depressão. Mas hoje pratico exercícios e quero continuar com minha missão", afirmou.

Indagado sobre as atitudes inclusivas do papa Francisco, como perdoar mulheres que realizaram aborto durante o ano Santo (dezembro de 2015 a novembro de 2016), Rossi tergiversou. "O papa busca se aproximar dos fiéis, assim como eu faço aqui".

Rossi, disse que só irá embora quando o último da fila quiser ser atendido, nesta sexta-feira. "Não distribuo senhas, ao contrário de outros autores".

A Bienal do Rio acontece até domingo (13).

(Folhapress)

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