Viviane Araújo esteve entre os assuntos mais comentados no Twitter, enquanto a escola Mancha Verde desfilava na avenida, em São Paulo.

Enquanto muitos elogiavam o gingado e a boa forma da morena, outros criticaram a fantasia de índia, em homenagem ao Cacique de Ramos, berço do grupo Fundo de Quintal.

Nas redes sociais há uma campanha para que fantasias como a de índio ou nega maluca sejam abolidas. Paolla Oliveira foi alvo de críticas, recentemente, ao aparecer vestida de índia.

Ao autor Aguinaldo Silva chegou a escrever defendendo Vivi. “Aliás, se não pode ter fantasia de índio no Carnaval, então não pode ter fantasia de coisa nenhuma e nem pode ter Carnaval. Por isso, sugiro que os foliões tratem de aproveitar esses dias de festa para fazer retiro num convento”.

PODE OU NÃO PODE?

O diretor do bloco Cacique de Ramos, Ronaldo Felipe, vê a fantasia como uma homenagem aos índios, não só brasileiros, mas norte-americanos. “Não há desrespeito, nem intenção de gerar ofensa”, disse hoje (10) à Agência Brasil. Ele lembrou que vários índios, inclusive, frequentam a quadra do bloco. “Essa polêmica não tem sentido nenhum”.

A opinião é compartilhada por Afonso Apurinã, presidente da Associação Centro de Referência da Cultura dos Povos Indígenas Aldeia Maracanã. Ele não vê nenhuma ofensa e nem tem nada contra as pessoas se fantasiarem de índio. “Acho que o bloco de embalo exalta e mostra a cultura indígena. Desde que exalte a cultura e faça um desfile voltado para a cultura e falando da cultura indígena, sem desrespeito, acho que não tem nada a ver essa polêmica”.  O Cacique de Ramos “está divulgando a nossa nação, o nosso povo, nossa cultura”, disse Apurinã.

O professor de antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mércio Gomes, não vê nenhum desrespeito em relação aos índios no Carnaval. “Há uma homenagem a eles, como há homenagem ao pirata, ao árabe e a outras figuras interessantes”, disse Gomes. “A maioria das brincadeiras que eu vejo no Carnaval é uma homenagem a uma figura quase simbólica do Brasil”. Ele reconheceu, contudo, a existência de um grupo forte de indígenas que segue a orientação de que fantasiar-se de índio significa chacota, piada. Outro segmento releva a brincadeira ou vê aspecto positivo nela, uma homenagem ao povo indígena como um todo, comentou.

(Com informações da Agência Brasil)

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