Os guitarristas Eduardo Barbosa e João Belém unem a guitarrada ao pop contemporâneo no álbum “Anhangá Dance Club”, disponível nas plataformas digitais desde sexta-feira, 26.

Nas sete faixas do trabalho, a dupla explora o pop com solos de guitarra com gostinho de brega.

“É um álbum de tecnoguitarradas no qual a gente procurou misturar vários gêneros diferentes nas músicas. As influências passeiam pelos mestres da guitarrada, Aldo Sena, Vieira, Solano, música eletrônica como house, new wave, synth pop,, gêneros pop brasileiros, pagodão baiano, funk, e é claro, a música paraense em geral, brega, tecnobrega, lambada”, explica João Belém.

A dupla de guitarristas integra o Gemam - Grupo de Estudos Musicais da Amazônia da Universidade do Estado do Pará (UEPA), e pretende que o trabalho soe como uma música contemporânea, feita em 2021, mas com as referências sonoras de gêneros típicos da nossa região, como a lambada, guitarrada, lundu marajoara e brega paraense. “Ele soa de uma maneira pop e digo isso pois trouxemos muitas referências de timbres do synth pop e da música pop brasileira para unir com o elemento principal do álbum, que é a música do Pará. Então, nesse álbum, é bem nítida a fusão dessas características sonoras. Nosso objetivo foi e é soar atual. Fazer soar como algo fruto do nosso tempo e trazer essa identificação para quem escuta. Ele representa em nossas carreiras uma grande oportunidade de mostrarmos tanto a nossa capacidade composicional e de arranjos, como também de entendimento do que é essa música paraense que é regional e ao mesmo tempo pop e que é assim desde os anos 1970”, detalha Eduardo.

Os artistas pré-produziram o álbum em suas casas e depois Léo Chermont, que assina a produção do disco, entrou para ajudar os dois a refinar um olhar pop e eletrônico para o trabalho, e ainda adicionou outros elementos. “Ficamos bem felizes com o resultado final, está um álbum bem dançante, mas ao mesmo tempo bem caótico. As misturas e mudanças no meio das músicas pegam o ouvinte desprevenido. É um disco bem instigante e espero que o público aproveite a jornada”, convida João.

Para dar uma liga a toda essa miscelânia de referências, entrou em cena mais um item: a imaginação. “Trouxemos para esse trabalho um conceito que unifica as músicas esteticamente. Criamos a ideia de um inferninho fictício chamado Anhangá Dance Club, que era o nome de uma antiga música minha. Esse inferninho é assombrado pela entidade Anhangá que, para os indígenas, pode ser sinal de azar e mau agouro. A partir dessa perspectiva, criamos as sete músicas que, apesar de dançantes e festivas, também soam sombrias e obscuras. Então, por assim dizer, é um álbum de tecnoguitarradas que também é conceitual”, acrescenta Eduardo.

Após o lançamento, a dupla quer lançar clipe, produzir mais músicas e quer também abrir um selo. Estes são os objetivos a médio prazo dos dois artistas. “Como cada um tem o seu trabalho solo, estaremos sempre mantendo lançamentos frequentes de guitarrada. Mas também estamos com um projeto de uma banda de música paraense, que começou a ser pensada ainda em 2020 mas, devido à pandemia não pôde ir para frente. Pretendemos lançar trabalhos com essa banda ainda em 2021”, avisa João.

OUÇA

“Anhangá Dance Club”, de João Belém e Eduardo Barbosa 

Onde: Plataformas digitais

Álbum de João Belém e Eduardo Barbosa traz tecnoguitarrada conceitural Foto: Divulgação

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