Em meio à nomeação como um dos concorrentes ao Prêmio Multishow na categoria “Brega do Ano”, o cantor, compositor e produtor musical AQNO anuncia o lançamento de seu novo single, “Maniçoba”, em uma parceria inédita com a Gang do Eletro - que já não lançava novidades há quase uma década. A faixa estará disponível em todas as plataformas digitais nesta quinta-feira (5) e vem acompanhada de um videoclipe. “Maniçoba” retrata uma celebração de uma mistura artística, de ritmos, trazendo elementos da arte amazônica com desenhos marajoaras na louça, e celebrando a cultura pop paraense.
“Esse título fala simplesmente da melhor e mais inusitada comida que existe no mundo, na minha opinião, claro. Assim como na receita (que leva vários ingredientes como a folha da maniva moída, que passa por um processo de cozimento de sete dias) o single também fala das misturas musicais inusitadas que fazemos nessa canção: Tecnocumbia, Tecnobrega e Voguebeat, criando uma sonoridade latino-amazônica-psicodélica”, conta AQNO.
Essa receita musical é retratada também na capa do single, ilustrada pelo paraense Heijy Okada. Nela, AQNO e Gang se transformam na maniçoba, como forma de celebração dessa mistura artística, trazendo elementos de arte amazônica ancestral como o grafismo marajoara junto de referências contemporâneas. É uma exaltação total à cultura paraense e à sua preservação: da música, culinária e artes visuais.
O lançamento tem como fio condutor a experimentação e a mistura de gêneros e culturas. Nessa “panela musical”, foram misturados tecnocumbia, tecnomelody, guitarras de reggaeton e, para finalizar, a construção de um voguebeat com os timbres usados na tecnocumbia e no tecnobrega. “Maniçoba” é a mistura dos ingredientes de várias prateleiras: é música pop feita na Amazônia, onde latinidade, ancestralidade e movimentos urbanos modernos como a Cultura Ballroom, convivem harmoniosamente. O responsável por tudo isso foi o baiano Marcos Cuper, com participação do paraense Waldo Squash da Gang do Eletro.
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“A canção nasceu durante um exercício de composição, onde eu estava “requentando” (revisitando) algumas memórias. Eu já queria brincar há algum tempo com a metáfora do preparo da Maniçoba (a folha da Maniva precisa ser cozida por sete dias) e uma relação em que uma pessoa vive enrolando, 'cozinhando' a outra por muito tempo. Quem nunca passou por isso?”
Com participação especial de Gang do Eletro, essa será a primeira vez que, como grupo, eles fazem um feat com outro artista. O grupo é uma referência de música pop feita na Amazônia para AQNO, que já havia trabalhado em outras canções com Will Love (Tô Em Outra Remix feat. Zaynara e Don’t Say Goodbye Remix), um dos integrantes do grupo. Além deles, também é a primeira vez que um artista paraense e uma Casa de Ballroom Paraense fazem um feat. musical e audiovisual. O envolvimento e a troca esteve presente em diversos processos artísticos: música, moda, dança e artes visuais.
“A Casa de Maniva vem num processo muito carinhoso da construção desse projeto. Eu já venho trabalhando com dois integrantes dela, o father Juani Maniva e o father Hian Denys (que hoje é meu diretor de coreografia). Eu e Hian nos demos conta que esse era o momento perfeito pra trazer toda a Casa para o projeto. Isso é muito especial para mim porque fala das nossas vivências como corpos queer fazendo arte na Amazônia e esse projeto começa e se perpetua nessa razão: arte pop queer feita na Amazônia por artistas da Amazônia.”
Em relação ao videoclipe, que irá ao ar no canal do Youtube de AQNO no dia 05/12 às 11h, o roteiro passa por uma Amazônia distópica, onde a maniva entra em extinção, devido aos impactos da crise ambiental e um grupo de pessoas tenta preservar suas tradições. A cozinheira Fafá, AQNO, Gang do Eletro e as manivas formam a organização secreta Casa de Maniva e tentam manter viva a tradição do consumo de maniçoba em sua comunidade. Com a escassez da maniva, a maniçoba se tornou algo raro nas mesas populares, mas esse grupo produz e faz entregas especiais clandestinas em sua comunidade.
Com roteiro próprio, AQNO quis trazer esse pano de fundo de uma Amazônia num futuro distópico, onde a maniva está em extinção devido aos impactos da crise ambiental. Com os olhos voltados para a Amazônia, principalmente para Belém do Pará, devido à COP 30, o artista entendeu que era o momento de também falar sobre isso de algum modo nesse projeto.
AQNO, Gang do Eletro e Casa de Maniva celebram toda a potência artística da Amazônia através da música, dança e moda numa ballroom dentro do Mercado do Porto do Sal. A produção de moda nas peças que vestem AQNO e Gang é de Alê Ferreiro que fez um trabalho de upcycling envolvendo jeans e o tururi, uma fibra vegetal extraída da palmeira de Ubuçu, abundante no Marajó, terra natal do artista.
O videoclipe é uma celebração do pop feito no Pará, pensando nessa Amazônia urbana: seu movimento, seu dia a dia e suas manifestações culturais.
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