A cantora Gaby Amarantos recebeu duas homenagens na quadra da escola de samba Rancho Não Posso Me Amofinar, no bairro do Jurunas, na noite desta quinta-feira (12). A obra musical dela se tornou Patrimônio Imaterial da Cultura Paraense, outorgado pela Assembleia Legislativa do Estado. Durante a entrega da placa comemorativa, o presidente do Rancho, Fernando Guga, também agraciou a cantora com a Comenda Raimundo Manitto, concedida pela agremiação, pelos serviços prestados à comunidade jurunense. Parentes e amigos de Gaby estiveram presentes, além de artistas ligados à música do Pará e personalidades da mídia.
“Eu tô vivendo um pouco de um momento de magia com transe, mas muito presente, sabe? Sentindo tudo, olhando, pensando na minha trajetória, agradecendo muito à minha família, aos meus fãs, e principalmente a todas as pessoas dessa região, que é o Pará, mas é o Norte. A nossa cultura é tão linda”, declarou a artista.
Gaby fez questão de comentar a respeito do momento especial que a música paraense vive. “A gente está plantando há muito tempo. Então, poder colher e poder ver que a Gaby está colhendo, mas que o movimento está colhendo, sabe? No Prêmio Multishow, junto com a Vivi [Batidão], com a Zaynara, ver o sucesso que Joelma faz, Dona Onete, tantas artistas da nossa terra, a gente vê que, realmente, a gente está num momento muito lindo.”
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No palco da quadra, Gaby, em discurso, fez menção às polêmicas desencadeadas após o Prêmio Multishow, na semana passada. “Gente, eu quero dizer uma coisa do fundo do meu coração para vocês: não fui eu que levei a música do Pará para o mundo, para o Brasil, foi a música do Pará que me escolheu para que eu pudesse representá-la. Foi a música do Pará, foi o povo do Pará que me escolheu. E é o povo do Pará que fomenta esse movimento e que faz a gente ser ouvido, a gente conseguir. E furar essas bolhas. Então, eu sempre agradeço a todas as pessoas que vieram antes de mim.”
A bateria-show do Rancho fez uma apresentação especial para Gaby no momento em que a artista recebeu a Comenda Raimundo Manitto. O título recebe o nome do fundador da escola de samba e é concedido a personalidades amigas do Jurunas. “Tem muito do Rancho no que a Gaby é. Ela é do Jurunas. Amadrinhou a nossa quadrilha junina, a Sedução. Então, a história artística dela se confunde com muito do que ela viveu aqui. Nada mais justo do que hoje a gente reconhecer isso”, afirmou Fernando Guga.
O presidente de honra do Rancho, Jango Vidal, foi mais longe e disse que apoia que a cantora seja enredo em breve. “Tem todas as possibilidades. Eu não estou mais na diretoria-executiva, mas existem todas as possibilidades, no que depender de mim. Quem sabe para o próximo?”
Gaby agradeceu a torcida de Jango e se disse honrada. “O Rancho é a escola do meu coração. Não sei nem se eu aguentaria. Eu ia ficar muito honrada e muito feliz. Eu acho que o Jurunas merece, porque contar a história da Gaby é contar a história do jurunense, do guamaense, da Terra Firme, de todos esses bairros que são marginalizados, mas que são os bairros que impulsionam a nossa cultura”.
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O título de Patrimônio Imaterial foi concedido pela Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa, a partir de uma proposta da deputada Lívia Duarte. Nascida como Gabriela Amaral dos Santos, Gaby tem 46 anos e começou a carreira artística em 2002. Aprendeu a cantar na igreja que frequentava ainda adolescente. Atingiu sucesso regional com a banda TecnoShow. Nacionalmente, fez bastante sucesso em carreira solo a partir da década de 2010, com uma versão da música “Single Ladies”, de Beyoncé, título que lhe rendeu o apelido de “Beyoncé do Pará”. Mais tarde, o hit “Ex My Love” levou Gaby ao topo das paradas de sucesso. No ano passado, venceu a categoria Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa, do Grammy Latino, com o relançamento do álbum “TecnoShow”, de 2003.
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