Aíla prepara um festival ainda para este semestre totalmente dedicado ao protagonismo feminino nas artes (Foto: Enio Cesar/Divulgação)
A capital paraense é o primeiro destino da nova fase da turnê “Em Cada Verso Um Contra-Ataque”, da cantora e compositora Aíla. O show ocorre no Teatro Margarida Schivasappa hoje, com participações especialíssimas de Dona Onete e Pelé do Manifesto. “Tocar em casa é sempre uma energia diferente, né? Tem mais calor, em todos os sentidos”, diz Aíla, para quem o palco escolhido tem valor histórico. “É emocionante pra mim, esse palco que abrigou o meu primeiro show, em 2010, e que reverberou tantas energias boas pra minha carreira”, comemora. A cantora será acompanhada de Arthur Kunz (bateria e programações), Caetano Malta (guitarra), Joao Deogracias (baixo e sintetizador) e Chiquinho Moreira (teclados e samples). No repertório, as canções do álbum que dá nome à turnê e que reúne composições de Aíla, uma inédita de Chico César, faixas em parceria com Dona Onete e Roberta Carvalho, além de canções de Siba, César Lacerda e Carlos Posada. Quem assina a produção musical do ábum é o baiano Lucas Santanna. “Desde que comecei a idealizar esse novo trabalho, um pensamento que me movia muito era a possibilidade de fazer as pessoas dançarem, cantarem alto e refletirem ao mesmo tempo, buscarem um olhar mais crítico. Eu queria uma poesia mais política”, diz Aíla. O resultado foi um disco que trata de feminismo, assédio, racismo, homofobia, ocupações, amor livre, intolerância e resistência. Além de seu pop característico, a paraense aposta em uma sonoridade que flerta com as distorções do rock e alguns beats eletrônicos. LESBIGAY Enquanto circula com a turnê, Aíla está com o clipe de “Lesbigay”, uma composição dela com Dona Onete, em fase de produção. “Fizemos essa música pensando o ‘Lesbigay’ como um lugar que deveria ser comum, frequente, um lugar de liberdade - apesar de parecer, no contexto odioso que vivemos hoje, um lugar idealizado”, define. A música é um manifesto alegre pela liberdade de amar a quem se quer, “é pra fazer dançar nossos corpos dissidentes, pra afirmar o brilho que ninguém vai fazer desaparecer”, diz. Sobre o clipe, avisa: “estamos na fase de pré-produção ainda, mas já posso adiantar que será babado e vamos lançar em maio”. FESTIVAL Para a mulherada das artes de Belém, Aíla manda um recado bem especial. Ela conta que há um ano, junto com Roberta Carvalho, artista visual paraense e sua mulher, sonha em realizar um festival feminista em Belém, para fortalecer, debater a representatividade e o protagonismo da mulher nas artes, questionar as desigualdades de gênero na indústria criativa e, muito além disso, para criar conexões, afetos, elos, sonoridade entre as manas.  “E é com muito orgulho, um frio bom na barriga e uma vontade imensa de mover tudo, que eu anuncio que, entre o final de maio início de junho, vai rolar um evento lindaço em Belém”, diz ela. O formato, segundo a artista, seria o de um festival mesmo, que agregará a um só tempo música, artes visuais, intervenções, oficinas, mostra de cinema, palestras, meet up, pocket shows, grafite, “com toda a programação costurando reflexões e debates feministas nas artes”, reforça Aíla. Vá lá Aíla - turnê “Em Cada Verso Um Contra-Ataque”Quando: Hoje, às 20hOnde: Teatro Margarida Schivasappa (Gentil Bittencourt, 650, esquina com Rui Barbosa)Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada), que serão vendidos no dia do show, na bilheteria do Teatro, ou antecipadamente na AmpliCriativa (Rua Bernal do Couto, 571 - Umarizal) Informações: (91) 3229-1291 (Lais Azevedo/Diário do Pará)

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