Luis Carlos Gonçalves de Carvalho Júnior, jovem de 24 anos nascido em Sobradinho, optou por uma trajetória muito fora do comum. Aos 16, saiu de casa para viver com a família de um amigo. No ano seguinte, casou-se com um homem. Depois, resolveu se separar e viver no Rio de Janeiro. E, aos 22, casou-se novamente, partindo de vez para Orlando (EUA), cidade que abriga os parques da Disney.

Todas as decisões amorosas foram influenciadas pelo desejo de aperfeiçoar o trabalho como dançarino e viver da música. Apaixonado por funk, rap e hip-hop, Luis adotou o nome de Júnyork, criou suas próprias canções e publicou vídeos no Youtube.

Hoje, ele colhe os frutos de seu trabalho. Além de contar com alguns fãs – “Gringo Kika”, um de seus vídeos, possui mais de 150 mil visualizações –, o artista já prevê a gravação de um vídeo de funk pela Kondzilla, a maior produtora do Brasil voltada para o ritmo, em 2018. Para isso, precisa juntar R$ 40 mil.

Trajetória
O sucesso custa caro e depende de muito trabalho. Vindo de uma família humilde, em que Luis é o mais velho dos 14 irmãos, o artista precisou arranjar dinheiro em todo tipo de trabalho. “Eu faço de tudo para para produzir minhas músicas. Já fui vendedor, motorista de Uber, dançarino de boate gay e professor de stiletto”, conta.

Em Orlando, passou a ser reconhecido como professor de dança ao inserir músicas de artistas do funk nacional (como Anitta e Ludmilla) em seu repertório. “Enquanto os outros professores trabalham com ritmos latinos, eu aposto no gênero carioca. Além de não haver o preconceito que encontramos no Brasil, os americanos adoram a batida e o rebolado das músicas”, explica.

Ele também faz questão de assumir sua homossexualidade e levar essas questões para a música. “Fui o primeiro da família a se assumir gay. Foi difícil, mas, hoje, uso isso como motor para a minha criatividade”, diz Júnyork. A escolha se mostrou certeira. O vídeo “Eu sou Gay, Você me Abraça ou me dá um Soco?”, por exemplo, já tem mais de 60 mil visualizações.

Quero ser o primeiro funkeiro gay a produzir um vídeo pela Kondzilla e também trabalhar com artistas LGBTs brasileiros."
Júnyork

Projeções
Neste ano, o artista passou uma temporada de três meses no Brasil (em Brasília, São Paulo e Goiânia) com o objetivo de buscar parcerias para futuras produções. “Conversei com a Pabllo Vittar e quero também gravar com a Glória Groove”, revela. Os esforços ainda não renderam trabalhos com as drag, mas ele segue tentando.

De volta a Orlando, Júnyork fará uma pausa nas produção de músicas para realizar alguns trabalhos e garantir sua mudança à Nova York, provavelmente, em 2018. Seu objetivo é fazer aulas de dança e música na Broadway, adquirindo o repertório que considera necessário para a carreira artística. “Se tenho um sonho, eu vou atrás. Ninguém me para”.

Fonte: Metropoles

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