O cantor e compositor Renzo Mártires, após uma pausa de oito anos, volta à cena musical paraense: em fevereiro ele lançará o videoclipe da música “Areia de Algodoal”, feito em estilo de animação comic motion, com traços que lembram história em quadrinhos do tipo anime. A produção gráfica está sendo realizada pelo Muirak Studio e conta a história de um casal que está separado, ele em Algodoal, na Ilha de Maiandeua, nordeste do Pará, e ela no Japão.

A distância entre eles é o que conduz a letra, com um inusitado pedido que a lua envie um sinal da ilha até o outro lado do mundo, através de um shinkansen - o trem bala japonês. A canção já havia sido lançada em 2011, por meio de vídeo de registro de um show em um bar de Belém. “Mas na verdade agora sim é o início. Tudo que aconteceu antes foi uma preparação pra essa estreia”, revela o artista.

Com influências do folk music e do cancioneiro popular brasileiro, “Areia de Algodoal” passeia entre o forró, folk, reggae, com a marca de instrumentos como o violão, bandolim, ukulele, sanfona, baixo acústico, zabumba, metais (sopro) e percussão. “O que chama atenção é que nossa música é orgânica e acústica no meio de tanta tendência eletrônica que nos cerca hoje. Acabamos ficando com uma identidade bem diferente”, analisa Renzo Mártires.

Referência do carimbó da Ilha de Maiandeua, o mestre Chico Braga, que faleceu em 2015, é lembrado na letra, numa singela homenagem por meio de um diálogo informal: “Chico ela foi / Mas sempre vem / Preciso perguntar pra alguém / Como é que eu deixo um sinal / Na lua cheia, com os pés na areia de Algodoal. A letra também faz referência ao trem-bala japonês, chamado de “shinkansen”, como uma forma de pedir que o encontro com a moça seja tão rápido quanto a velocidade do veículo.

(DOL)

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