O Natal está na porta: comércio movimentado, árvores verdes ou brancas montadas nas casas e as luzes incessantes espalhadas e brilhantes nas fachadas. O clima natalino se faz presente, mas não pense que é apenas isso que o torna tão especial. Muito além do hábito de dar presentes e se jogar às compras, em uma pequena rua do conjunto Cidade Nova 8, em Ananindeua, reside um pedacinho do verdadeiro sentimento natalino que deixa os nossos corações quentinhos.
Há 16 anos, Jailton Ferreira, seus familiares e vizinhos transformam o Natal de centenas de famílias. Os preparativos do pequeno grupo não se resumem a enfeitar a rua onde moram, a travessa WE-41. Além de distribuir brinquedos e cestas básicas para quem mais precisa, os “Amigos da 41”, como são conhecidos, compartilham com entusiasmo a solidariedade e o amor ao próximo.
“A iniciativa surgiu de uma ideia minha e do Luis Paulo. Eu tinha as cestas e ele, os brinquedos. Dessa parceria, surgiu o ‘Natal Solidário dos Amigos da 41’. Se envolver em um projeto como esse, em uma causa solidária, é algo que eu sempre tive vontade de fazer. A ajuda de Deus e da população tornam esse projeto ainda mais prazeroso”, conta Jailton, organizador do projeto.
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A arrecadação se inicia em novembro para que seja possível organizar brinquedos e mantimentos até o domingo que antecede a celebração natalina. Toda ajuda é bem vinda e faz a diferença. No dia da festa, a pequena rua se transforma, com pula-pula, música, muita comida e brincadeiras.
As cestas básicas e os brinquedos distribuídos são apenas uma fração da grandeza que projetos solidários representam para milhares de famílias. Um “trabalho de formiguinha” que estimula outros a fazerem o mesmo.
O melhor exemplo disso foram os ensinamentos deixados por dona Maria das Graças para os seus filhos depois de ter sua vida mudada pelo "Natal dos amigos da 41", como conta a filha mais velha, Cristiane Rodrigues:
O legado de dona Graça
Maria das Graças foi uma mulher enérgica e muito família. Mãe de seis filhos, todos criados e com suas respectivas famílias, levava uma vida tranquila em sua casa no bairro de Águas Brancas, em Ananindeua.
Apesar dos problemas de saúde, não se deixava esmorecer. Para os vizinhos, ela foi luz, sempre animando o bloco onde residia ou as festas que frequentava. Hoje, dona Graça deixa saudades para os filhos e para os amigos da 41, que celebram mais uma festividade natalina sem a presença dela.
“A mãe conheceu o projeto e tinha uns seis anos que ela participava. Três anos depois eu passei a ir com ela. Conheci e gostei muito. Gosto de todos eles. São pessoas muito carinhosas com a gente”, conta Cristiane Rodrigues.
Maria das Graças conheceu o projeto por meio de uma vizinha. Surpreendentemente, nem os 10 km de distância da casa onde morava até a sede do projeto na Cidade Nova 8, eram capazes de inibir a presença dela todos os anos. Até quando estava operada, dona Graça fazia questão de estar na festa.
“Ela gostava de estar lá, não só por causa da cesta, mas da presença deles. Ela sempre levava uma lembrancinha. Ela tinha um carinho por eles, assim como eles tinham por ela e por mim. Quando eu vou lá, sou sempre muito bem recebida”, lembra a filha mais velha de dona Graça.
Nos últimos anos frequentando as festas natalinas com a mãe, Cristiane concorda que foram despertados nela desejos, até então, adormecidos, como cultivar a reunião em família e, principalmente, ajudar o próximo.
É como se recebesse um manto invisível da matriarca, seja para assumir as futuras celebrações da família, animar a casa como sua mãe gostava de fazer e continuar envolvida em um projeto responsável por mudar a vida de centenas de famílias.
“Eu quero continuar o que a minha mãe fazia e reunir mais a minha família. Meu desejo é que a gente possa se reunir mais, não só nessa época, mas durante o ano todo. Estarmos juntos, sempre relembrando o que a mãe fazia e como era muito alegre”, deseja Cristiane.
Equipe Dol Especiais:
Fernanda Palheta é coordenadora e editora no Dol. Especialista em Jornalismo Digital. Tem interesse em pautas sobre meio ambiente e sustentabilidade. É entusiasta de edições de vídeo no celular.
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