Na noite que deveria celebrar o encerramento da Copa do Brasil, a Arena MRV se tornou palco de uma série de incidentes que ultrapassaram os limites da festa esportiva. Em uma partida marcada por tumultos, arremesso de objetos, tentativas de invasão e uso de laser contra o goleiro adversário, o Atlético-MG se vê agora em meio a um cenário delicado: a iminente denúncia no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e o risco de sanções que podem afastar sua torcida do estádio.
A situação no STJD é analisada com base no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que estabelece punições para quem "deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir" desordens nos estádios. "O clube será denunciado no STJD. Aguardaremos a súmula da partida com os relatos do árbitro. A perda de mandos de campo é uma das sanções que pode resultar da denúncia", afirmou ao UOL o procurador-geral do STJD, Paulo Dantas.
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Com os acontecimentos considerados de alta gravidade, há até mesmo a possibilidade de que o estádio do Atlético-MG seja interditado. Segundo Dantas, "a interdição do estádio é uma penalidade que se aplica quando a decisão impõe exigências que precisarão ser cumpridas antes da reabertura da praça desportiva. Ela somente será solicitada se a análise em curso demonstrar que a Arena MRV não tem infraestrutura adequada para garantir a segurança das partidas".
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O QUE O ÁRBITRO ESCREVEU NA SÚMULA
O árbitro Raphael Claus detalhou em sua súmula uma série de incidentes ao longo da partida, com destaque para o uso de laser no rosto do goleiro adversário e o lançamento de bombas e copos plásticos em campo. "Informo que durante a partida aos 12 minutos e aos 50 minutos foi colocado um laser no rosto do goleiro visitante, vindo da arquibancada onde estava localizada a torcida mandante. Foram arremessadas bombas no gramado explodindo próximo dos jogadores aos 9 minutos, 49 minutos, 50 minutos e 52 minutos, vindas da arquibancada onde estava localizada a torcida mandante", relatou Claus.
O árbitro também citou tentativas de invasão por parte de torcedores do Atlético-MG, com atuação necessária da segurança privada e da polícia militar para controlar a situação. Segundo ele, "momentos antes do início da premiação houve uma tentativa de invasão por parte de torcedores da equipe mandante de forma ostensiva, sendo contida pela segurança privada e posteriormente com o auxílio da polícia militar, que inclusive utilizou bombas de efeito moral para conter a referida tentativa".
ARENA PODE SER INTEDITADA
A denúncia será fundamentada por provas de vídeo e pelo detalhamento feito na súmula, mas ainda não há prazo para a conclusão do processo e o julgamento do clube. Caso sejam aplicadas as sanções mais severas, o Atlético-MG pode enfrentar uma série de jogos sem torcida ou, em um cenário extremo, a interdição de sua recém-inaugurada Arena MRV.
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