Em um país que lidera o ranking mundial de assassinatos de transexuais, cada conquista é considerada uma vitória e deve ser comemorada. Nos últimos anos, cada vez mais presenciamos a participação de mulheres transexuais ganhando espaço com funções e atividades feitas também por mulheres cis - aquelas que se identificam com o próprio gênero biológico.

Tivemos a jogadora transexual de vôlei, Tifanny Abreu, que foi selecionada para jogar na elite do vôlei feminino no país. A ação gerou polêmica, não apenas entre os torcedores, mas principalmente entre as colegas de trabalho.

Leia também: Jogadoras reclamam que não conseguem 'acompanhar' força de trans em partidas

Aos 26 anos, Priscila é vice-campeã da competição carioca de fisiculturismo; ela competiu pelo título com mulheres cis (Foto: Divulgação)

Mas é inegável que o esporte brasileiro tem sido fortalecido com atletas cada vez mais preparados, sejam homens ou mulheres (cis ou trans). A carioca Priscila Reis faz parte desses exemplos de vitória. Aos 26 anos, a fisiculturista foi vice-campeã da competição “Mr Saquarema”, realizada no Rio de Janeiro, em setembro último.

Autorizada pela federação de fisiculturismo, Priscila passou a competir com mulheres cis gênero. Para não ter nenhuma vantagem sobre as outras competidoras, foi estabelecida que a sua taxa de testosterona deveria ter menos de 10 nanomol.

Para competir competir, a taxa de testosterona da atleta deveria ser menos de 10 nanomol (Foto: Divulgação)

Com o físico e a mente em sintonia, Priscila se sente realizada por ter família, amigos e companheiros de trabalho atenciosos e compreensivos. “No início foi muito difícil para minha família entender a minha transformação. Mas, com o tempo, meus pais foram percebendo que não era uma questão de moda ou promiscuidade. Era uma necessidade que eu tinha. Hoje temos ótimo relacionamento, em tudo”, avalia a fisiculturista, que é formada em moda e trabalha como gerente de uma oficina na Baixada Fluminense.

(DOL)

MAIS ACESSADAS