O Remo é o único clube paraense que disputará a Série B 2021
e essa participação estima uma receita em torno de R$ 17 milhões para os cofres
azulinos com a competição. Sem público pagante nos jogos, como indicam todas as
projeções, não será possível alcançar a faixa dos R$ 25 milhões, como previsto
antes da pandemia.
Ausente da Segunda Divisão desde 2007, o Remo ainda não teve a chance de usufruir do atual sistema de cota (R$ 8 milhões brutos) garantido pelos direitos de transmissão. A reentrada na competição, além de proporcionar prestígio no cenário nacional, vai ofertar ao futebol do clube o maior orçamento de sua história.
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Com os R$ 8 milhões da TV, mais receitas indiretas –
patrocínios, programa de sócio-torcedor e novas parcerias – que podem gerar até
R$ 10 milhões na temporada, o Remo terá condições de se estruturar para
garantir uma campanha tecnicamente consistente, que permita a permanência do
clube na Série B.
Há o receio de uma trajetória no estilo bate-volta, que já
vitimou tantos bons projetos de clubes emergentes no futebol brasileiro. A
preocupação é compreensível na vida de um clube que amargou a era das vacas
magras por tanto tempo, muitas vezes sem participação no calendário nacional na
temporada.
Por ora, a diretoria remista trabalha com a perspectiva de
atrair um patrocínio master de respeito, dentro dos valores praticados no
universo da Série B. Sondagens e avaliações já estão em marcha. Há, ainda, a
possibilidade concreta de parceria com o governo do Estado, que já proporcionou
rendimentos fundamentais para o êxito na atual temporada.
Em meio ao festival de especulações sobre contratação de
novos jogadores para o elenco, a diretoria usa do máximo de habilidade para não
comprometer o projeto de conquista do título brasileiro – cuja definição
dependia dos resultados da rodada de hoje –, mas já trabalha com mapeamento e
observação de atletas.
É bem verdade que esse trabalho de acompanhamento das quatro
divisões nacionais é feito rotineiramente no clube, mas agora há um aspecto
inteiramente novo: o Remo pode sair em busca de reforços mais caros e pode
oferecer a atraente vitrine dos 38 jogos transmitidos pela televisão, situação
que era extremamente limitada na Série C, cujas partidas são exibidas via
streaming.
De qualquer modo, aumenta o sarrafo para escolhas e
avaliação de custo-benefício nas contratações. O fato de dispor de mais
recursos para investir não elimina a obrigatoriedade de rigor nos gastos.
Desde a noite de domingo, quando o time conquistou o acesso, os dirigentes são procurados diariamente por empresários de todo o país com ofertas variadas. A especulação é parte indissociável desse tipo de negócio.
Durante a semana, um exemplo do caráter especulativo de
algumas notícias que irão envolver o Remo nos próximos meses: houve quem
cravasse a contratação do centroavante Ribamar, colocado em disponibilidade no
Vasco e execrado pela torcida. Caro (salário na faixa de R$ 250 mil) e
errático, o jogador nem chegou a ser cogitado pelos azulinos. Foi o primeiro
nome lançado no ar e certamente não será o último.
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