![Nicolas não se esconde do jogo e dá o sangue em campo, mas faltam os gols
Imagem ilustrativa da notícia Nicolas desaprendeu? Atacante não marca há 11 partidas](https://cdn.dol.com.br/img/Artigo-Destaque/650000/760x430/51225239201a4c855aa15k_00656679_0_-3.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F650000%2F51225239201a4c855aa15k_00656679_0_.jpg%3Fxid%3D1538087&xid=1538087)
Principal artilheiro do Paysandu nas últimas três temporadas, incluindo a deste ano, com um total de 36 gols marcados, o atacante Nicolas, 31 anos, convive com uma “seca” de bola na rede. Há exatas onze partidas o grande ídolo da Fiel não consegue dar alegria ao torcedor do Papão. O jejum inclui jogos do camisa 11 bicolor pelo Parazão, Copa do Brasil e Série C do Brasileiro. A última vez em que o “matador” conseguiu fazer gols foi no Re-Pa valendo pela 4ª rodada do Campeonato Paraense. Na oportunidade, ele marcou os dois gols do Papão na derrota, por 4 a 2, diante do maior rival, no Mangueirão.
A expectativa da Fiel e, provavelmente, do próprio atleta era de que a “estiagem” de gols chegasse ao fim na estreia do Paysandu na Terceirona, mas a partida contra o Tombense-MG, disputada em Minas Gerais, acabou engrossando a marca negativa apresentada pelo atleta, mesmo ele tendo atuado os 90 minutos do confronto. A situação enfrentada pelo atacante tem suscitado questionamentos por parte do torcedor bicolor e, provavelmente, até mesmo do próprio atleta, embora o goleador procure demonstrar tranquilidade, tomando por base outras fases parecidas como a de agora vivenciada por ele no Paysandu.
- Atacante Nicolas quer acabar com "seca de gols" no Paysandu
- Veja o visual do artilheiro Nícolas durante a carreira
“Já passei situações assim no Paysandu, isso não é novidade”, afirmou o atacante, quando estava apenas com cinco jogos sem marcar, admitindo que a “seca” de gols também o incomodava bastante na época e, provavelmente, muito mais agora. “Centroavante vive de gols e, a partir do momento que você não consegue estar sempre marcando, a cobrança vem sempre de fora, mas ela vai existir primeiramente dentro de mim”, afirma Nicolas, completou: “É uma cobrança interna. Isso me motiva a trabalhar mais, porque em algum momento as coisas vão acontecer. Meu objetivo maior sempre vai ser o Paysandu”, argumentou o ídolo da Fiel.
O fato de ter sua transferência para o Vasco-RJ, no decorrer do Estadual, “melada” pelo Paysandu, que não concordou com os valores oferecidos pelo clube carioca, na opinião de muitos torcedores, mexeu com a cabeça do atacante. Para outros bicolores, a estratégia tática adotada pelo Papão, sobretudo em jogadas aéreas na área dos oponentes para a cabeçada fatal do atacante, já é bastante conhecida pelos adversários. Desta maneira, Nicolas tem sofrido marcação mais rígida dos zagueiros, principalmente nos lances pelo alto, responsáveis pela grande maioria dos gols anotados pelo atacante com a camisa do Papão.
E MAIS...
- Procurado, ontem, por intermédio da assessoria do Paysandu, a quem foi solicitada uma entrevista com o atleta, Nicolas teria recusado o pedido para o bate-papo, o que foi respeitado pela reportagem. O atleta parece mais voltado à reflexão sobre o momento que vive no futebol. Há até torcedor que propõe que o jogador fique de fora de alguns jogos para, como alegam os defensores da ideia, “esfriar a cabeça”. O atacante chegou à Curuzu, em 2019, como um desconhecido não só para o torcedor do Papão, mas para todo o público do futebol local. E nem poderia ser diferente, já que a passagem dele por outras equipes foi inexpressiva em termos de gols.
- O clube em que ele mais marcou gols, antes de vestir a camisa do Papão, foi o São Luiz-RS, do Rio Grande do Sul. Foram cinco tentos assinalados em 2010 em 14 apresentações. Mesmo número de tentos que ele tem hoje, com duas partidas a mais pelo Paysandu este ano. Depois do São Luiz-RS, o retrospecto de gols do atacante em ex-equipes registra quatro gols pelo Caxias-RS, em 27 jogos, em 2016 e outros três tentos pelo mesmo Caxias, só que em 2018. Nas demais equipes, o atacante não chegou a balançar a rede ou quando muito fez apenas um, como aconteceu no Criciúma-SC, em 19 jogos, em 2018.
- A chegada de Nicolas à Curuzu aconteceu num momento em que a diretoria do Papão promovia uma grande reforma no elenco do clube. O atleta mais desejado, naquela oportunidade, era exatamente um goleador “jurado e sacramentado”, o que o currículo do atleta gaúcho não comprova. Mas, em pouco tempo, Nicolas acabou caindo no gosto da Fiel. Além de começar a marcar gols, fazendo a Fiel esquecer Cassiano, que havia se transferido para o futebol da China, o novo contratado mostrou e ainda continua mostrando total aplicação nos jogos do time, independente de fazer ou não gol.
Períodos de jejum são normais na carreira
Nunca em sua carreira profissional, iniciada no Austria Wien, da Áustria, emprestado pelo Juventude-RS, quando ainda era sub-19, o atacante Nicolas marcou tantos gols em um único clube como vem acontecendo no Paysandu. De 2019, ano em que ele chegou à Curuzu, até hoje, o atacante já marcou um total de 36 tentos. A melhor marca do jogador aconteceu no ano passado, quando ele anotou 19 gols em 41 partidas. Em seu primeiro ano no Papão, com a mesma quantidade de jogos, Nicolas balançou a rede por 12 vezes. Na atual temporada, em 16 partidas, o jogador fez cinco gols, todos eles pelo Parazão.
Apesar do bom aproveitamento, o atacante, conforme ele mesmo lembrou, já viveu, antes do tabu de agora, um bom período sem balançar a rede dos adversários. Curiosamente, em 2019, ele atingiu a marca de onze jogos, a mesma quantidade atual, sem dar alegria ao torcedor do Papão. O jogador ficou de 11 de maio a 4 de julho sem fazer gols. Foram dois jogos pela Copa do Brasil, contra o Internacional-RS, e os demais pela Série C do Brasileiro. O jejum daquela época só terminou para o atleta no dia 13 de julho, quando ele fez o gol do empate, por 1 a 1, contra o Juventude, pela Série C.
O retrospecto de Nicolas, em 2019, registra que das oito partidas em que ele não marcou, em três o goleador não completou os 90 minutos de jogo, sendo substituído ou substituindo algum de seus companheiros. Em 2020, o ídolo da Fiel também ficou alguns jogos sem ampliar sua artilharia, mas o número máximo de apresentações que fez sem fazer gol foi de cinco jogos. As demais passagens em branco do atleta são todas elas em números bem menores de partidas, de dois a cinco confrontos.
Propostas sumiram, mas tiveram reflexo no atleta
Com tantos gols marcados pelo Paysandu, o interesse de outros clubes na contratação do ídolo da Fiel já era mais que esperado. Assim foi com Bergson e Cassiano, goleadores que antecederam Nicolas no ataque bicolor e que também acabaram se notabilizando pela quantidade de gols marcados pelo clube. Curiosamente, os três nascidos no Rio Grande do Sul, que em outros tempos deu ao Papão um dos maiores goleadores de sua história, Chico Spina. Mas a saída de Nicolas da Curuzu fez surgir uma onda de especulação envolvendo supostos clubes interessados no atleta.
De oficial mesmo, apenas o Vasco da Gama-RJ teria feito uma proposta à diretoria do Papão, que acabou taxando a oferta como graciosa. A equipe cruzmaltina desejava ter 70% dos direitos econômicos do atleta, pagando o valor de R$ 600 mil em três parcelas. Com a informação vindo à tona, a gerência de futebol do clube carioca resolveu se manifestar, afirmando que o próprio atleta teria se oferecido para jogar pelo Vasco. Até hoje a história não foi bem explicada pelo atacante, que parece ter passado uma esponja no assunto.
Outro clube interessado no jogador foi o Goiás-GO, que chegou a anunciar o desembarque de Nicolas em Goiânia, mas tudo não passou, ao que parece, de uma jogada do presidente do clube esmeraldino para conquistar a simpatia do torcedor do Periquito do Planalto. Coincidência ou não, desde o surgimento da proposta do Vasco, Nicolas não conseguiu mais dar sequência a marcação de gols com a camisa bicolor.
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