Gafes e polêmica: o que Coronel Nunes fez no comando da CBF?

A nova crise no futebol brasileiro causada por um escândalo de assédio sexual coloca um velho conhecido dos torcedores paraenses no comando do futebol nacional: Antônio Carlos Nunes de Lima, o famoso Coronel Nunes. A posição não é novidade para ele, que assume a responsibilidade de de administrar uma crise envolvendo política, futebol, torcida e atletas.

Com o afastamento de Rogério Caboclo da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o paraense Coronel Nunes assumiu o cargo, com a missão de apagar um incêndio que pode provocar problemas no futebol. Entretanto, a carreira de Nunes e sua passagem pela presidência da CBF é marcada por gafes e polêmicas

Coronel Nunes, conhecido assim devido à sua patente na Polícia Militar do Pará, se tornou presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF) no fim dos anos 90, quando derrotou Euclides Freitas Filho, dirigente considerado inimigo de Ricardo Teixeira. Com a vitória, a CBF se tornou mais próxima de Nunes, proporcionando parcerias que resultaram em eventos como a vinda da seleção brasileira à Belém, mas também em uma série de polêmicas.

Coronel Nunes diz que há preconceito da imprensa com ele na CBF

Nunes assumiu a CBF após a saída de Marco Polo Del Nero, tendo como vice Caboclo, na época indicado para assumir o cargo após a Copa da Rússia. Antes disso, o paraense se envolveu em situações complicadas fora de campo.

Primeiro foi alvo da ira de um dos torcedores na Rússia, no meio da Copa. O caso acabou ganhando repercussão devido um de seus seguranças agredir o torcedor. Curiosamente, a pessoa envolvida é um paraense que diz conhecer Nunes desde os tempos da FPF.

Logo depois, o caso foi mais grave: Nunes votou no Marrocos para escolha da sede da Copa de 2026, ignorando o acordo com outras federações para apoiar a candidatura de EUA, México e Canadá. O assunto chegou a ser alvo de uma crise entre o Brasil e a Conmebol, que já planeja realizar o Mundial de 2030 com Argentina, Paraguai e Uruguai. A coisa foi tão séria que os dirigentes argentinos informaram como "traição" o voto do paraense. Foi justamente Caboclo que fez as negociações para que o problema envolvendo a CBF não fosse maior.

Outra passagem marcante de seu período na presidência da entidade foi quando acabou sendobarrado em um evento da CBF no nordeste.

Nascido em Monte Alegre, no oeste do Pará, o Coronel Nunes tem a missão de apaziguar os problemas na CBF e não dar problemas em campo: o duelo contra o Paraguai, nesta terça-feira (8), vai mostrar se as mudanças não vão abalar o caminho do Brasil que, por enquanto, está muito tranquilo rumo ao Qatar.