O Clube do Remo realizou, na noite desta quarta-feira (15), no YouTube, uma coletiva ao vivo com a cúpula azulina, para esclarecer alguns assuntos, como a situação financeira do Leão Azul, as receitas, o retorno do público aos estádios, valores dos ingressos e desempenho na Série B. Estiveram presentes o presidente, Fábio Bentes, os diretores de futebol Yan Oliveira e Paulo Mota Filho, Pietro Alves Pimenta, do departamento jurídico, e o executivo de futebol, Thiago Alves.
Situação Financeira do Leão:
"Tá faltando dinheiro. Estamos com um déficit maior do que R$ 100 mil. Se contarmos com as receitas fixas, estamos no negativo, todo o mês, em torno de cento e poucos mil reais. Estamos buscando outras receitas e conseguido empatar. Não está havendo sobra. Por isso estamos com dificuldades de buscar novos investimentos. Estamos sendo mais criteriosos nas contratações, buscando jogadores mais prontos. Temos tentado, na medida do possível. Estamos conseguindo manter a folhas com duras penas. Estamos fazendo alguns movimentos, levantamento de receitas com parceiros, adiantamento de algumas coisas", revelou Bentes.
Receitas:
"Nossas receitas atuais são as cotas de televisão da CBF, onde parte fica para a justiça do trabalho. Não recebemos integralmente. Temos o sócio torcedor, que é uma arrecadação baixa, mas estamos arrecadando. Existem as vendas de camisas e outros materiais esportivos e as ações de marketing que lançamos para os torcedores, além dos patrocinadores estampados na camisa, que auxiliam bastante nas dificuldades", comentou Fábio Bentes.
E a Série B do Brasileiro?:
"Na nossa avaliação, (o desempenho) está dentro do planejado. Nós tínhamos o objetivo de montar um elenco competitivo para não disputar na parte debaixo da tabela, mas para fazer uma Série B tranquila. É uma competição que estamos retornando após muitos anos. Acreditamos que conseguimos esse objetivo. Mesmo em jogos contra equipes que brigam na parte de cima, com investimentos maiores, com mais tempo na competição, conseguimos fazer partidas competitivas. Algumas foram decididas por erros de arbitragem, outras por detalhes diferentes e isso é o futebol. No contexto geral. Do que a gente tem pontuado e do que nosso time vem apresentando, estamos satisfeitos", disse Pietro Alves..
Público, Prefeitura de Belém e Ingressos:
Fábio Bentes não se mostrou nada satisfeito com a decisão da Prefeitura Municipal de Belém ao liberar 20% da capacidade nos estádios da capital, 10% a menos que o decretado pelo Governo do Estado do Pará. Ele enfatizou que houve um estudo realizado para que a capacidade entre 30% e 50% fosse liberada, pesquisa essa que foi positiva, mas não respeitada.
"Me causou muita surpresa o decreto municipal liberando 20%. Havia um decreto anterior do governo do estado baseado em um estudo, levando a taxa de ocupação de leito e da pandemia em Belém. Esse estudo propunha, dentro dos critérios adotados, a liberação entre 30% e 50%. O governo, nesse primeiro momento, optou por 30%. É um percentual que não traria grande retorno, mas que seria viável", falou.
A capacidade disponibilizada pela Prefeitura de Belém não atende ao que o Leão precisa para dar direito aos torcedores que compraram ingressos do Jogo da Luz, que marcaria a inauguração do sistema de iluminação do Estádio Baenão, dos sócios torcedores e dos ingressos avulsos que seriam vendidos para os demais azulinos.
"Fizemos os cálculos, fomos para a ponta do lápis e chegamos à conclusão que daria para ter público. Depois veio a prefeitura sem qualquer justificativa adicional. Questionamos e disseram que era melhor para o controle. Isso se torna inviável o retorno. Temos os sócios que pagam em dia o plano integral, temos ingresso do jogo da luz, ingressos de gratuidade definida por lei e só sobraria de 200 a 300 ingressos para venda. Esses seriam vendidos absurdamente caros, entre R$ 200 e R$ 250, para se tornar viável o fechamento da conta", explicou.
O mandatário do Filho da Glória e do Triunfo questionou os eventos que estão acontecendo pela Região Metropolitana de Belém que, segundo ele, não contam com a fiscalização correta. Cobrou respostas mais plausíveis dos políticos e deu a entender que está havendo uma má fé com a liberação do público nos estádios de futebol do Pará.
"Estamos tentando apelar ao governo municipal para que reveja essa decisão, que não foi apresentado um motivo. Não tem uma justificativa plausível. Quem anda na cidade, vê todos os locais lotados. Todo final de semana é boates, shows e aparelhagem lotados, bares do outro lado da ilha todos sem máscara. Tenho certeza que ali não são fiscalizando se as pessoas estão vacinadas, como foi colocado como exigência para o futebol, com PCR negativo. Nenhuma daquelas pessoas fizeram inquérito epidemiológico e ali não tem nunca 20%, as casas estão utilizando lotação normal. Por que essa descriminação com o futebol? Quero saber se só no futebol que pega Covid", finalizou.
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