Hélio quer mudanças: "Vão sangrar. Não é colônia de férias"

O técnico Hélio dos Anjos se mostrou bastante irritado e chateado após a derrota do Paysandu para o Brusque, pelo placar de 2 a 0, no Estádio da Curuzu, pela 11ª rodada da Série C do Campeonato Brasileiro. Na entrevista coletiva, o treinador falou muito sobre os números de desempenho bem abaixo do esperado pela comissão técnica e disse ter um arrependimento.

“Eu tinha temor do time não sustentar a intensidade no segundo tempo. É muito simples as pessoas falarem que o time é ruim, que a direção errou. Serei sincero e eles sabem disso. E eu não falaria sem comprovação. Os números são certos. Futebol é simples. Você tem fisiologista, as pessoas que controlam as cargas, todos os dados. O Guilherme é que faz essa relação comigo. Ontem de tarde eu recebi os números que estavam sendo desenvolvidos no Paysandu e me preocupei. Estou preocupado, decepcionado e arrependido de não ter vindo dois meses atrás", destacou.

“Não podemos jogar a culpa só para a direção e não estou aqui fazendo média. A gente tem que assumir a responsabilidade. Eu falei para os jogadores depois do jogo que a mudança vai doer, vai sangrar, porque tudo vai mudar. Todos os quesitos que são fundamentais para desenvolver futebol, o grupo está muito abaixo. O meu preparador físico é especialista em trabalho de força e a nossa é deficitária. Fazendo poucas observações eu percebi isso. Não estou satisfeito com as minhas decisões. Não abro mão da minha responsabilidade. A partir do momento que aceitei em assumir o time, a responsabilidade é minha. Não vou transferir para o jogador ou para o clube que montou o elenco. Mas faço um alerta: vai doer e vai sangrar. Só os fortes vão ficar. Não estou dizendo que terá dispensa, vou dar oportunidade para todos trabalharem", ressaltou.

O elenco bicolor já se reapresenta neste domingo (2) e inicia a preparação para a partida contra o líder Amazonas, no próximo sábado (8). A partida acontece no Estádio Carlos Zamith, em Manaus (AM), às 16h. Se levarmos em conta a viagem, o Papão terá mais ou menos cinco dias de trabalho. Hélio ainda não espera o melhor desempenho do time, mas planeja melhoras e espera a equipe como ele quer já diante do clássico contra o Remo.

“Ainda teremos ressalvas contra o Amazonas, pois não teremos tempo de fazer todas as ações que são necessárias, mas espero contra o Remo estar totalmente voltado. É importante dizer que jogador tem muita culpa também quando a carga de trabalho não é suficiente. Então, deixo bem claro que não estou transferindo responsabilidade, mas estou detectando um problema e nós temos que amenizar a situação dos jogadores".

“Não vou discutir a parte técnica dos jogadores e não farei isso publicamente nunca, mas nós temos que trabalhar e eu trabalho muito diferente dos números que estou recebendo. No primeiro tempo, apenas dois jogadores correram acima de 5km, e o normal dos meus times são oito a nove Jogadores, porque no segundo tempo a tendência é cair, mas uns mantém e chegam a 10 e 11km. Outros mantém. Eu prefiro sair daqui com terra arrasada, com os jogadores cansados, sem vontade de ir para as férias de tão cansados, do que ver uma colônia de férias. Eu não vou castigar ninguém, mas segunda já tem dois períodos para um grupo e na quarta será o outro. A deficiência é mostrada para nós nos números e eles não mentem", concluiu.

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