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SETEMBRO AMARELO

Como é a atenção à saúde mental no futebol de base do Pará?

Conversamos com atletas, responsáveis técnicos e uma psicóloga do esporte para saber como acontece o acompanhamento da saúde mental no futebol de base paraense.

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Imagem ilustrativa da notícia Como é a atenção à saúde mental no futebol de base do Pará? camera Victor Diniz sofreu traumas pesados após presenciar a morte do pai. Mas como os clubes podem colaborar para ajudar neste tipo de caso? | Divulgação

Setembro é mundialmente conhecido como o mês de prevenção ao suicídio, e é impossível desenvolver essa discussão sem falar sobre saúde mental e a importância do acompanhamento profissional.

Um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022 mostrou dados alarmantes sobre suicídio e saúde mental. Em 2019, quase um bilhão de pessoas – incluindo 14% dos adolescentes do mundo – viviam com um transtorno mental. O suicídio foi responsável por mais de 1 em cada 100 mortes, sendo que 58% dos suicídios ocorreram antes dos 50 anos.

Problemas psicológicos também são uma realidade no mundo do futebol. Segundo uma pesquisa da Fifa, entre os jogadores de futebol ativos, 23% relatam distúrbios do sono, enquanto 9% relatam depressão e outros 7% ansiedade. Entre os aposentados, esses números aumentam respectivamente para 28%, 13% e 11%.. Além disso, cerca de metade de todas as condições mentais começam aos 14 anos, fato que nos leva diretamente aos cuidados com categorias de base: sub 15, sub 17, sub 20.

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NECESSIDADE DE CUIDADO

A psicóloga do esporte Dra. Nathália Otero explica que é de fundamental importância para o rendimento dos atletas ter um profissional específico para fazer este acompanhamento, principalmente para os que lidam com a pressão do esporte desde cedo, além de questões familiares e pessoais.

“A saúde mental é tão importante quanto a saúde física, pois nela encontramos a gestão adequada das emoções, na qual o mundo do esporte incita com as pressões, as cobranças e os objetivos que são esperados em um time. Investir em saúde mental é garantir qualidade de vida para cada integrante do time, bem como um clima de mais interação e harmonia e, também, de uma equipe de alta performance”, explica a psicóloga.

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A psicóloga acredita que é papel dos clubes disponibilizar estes profissionais para o acompanhamento individual e em grupo dos atletas, com sessões de acolhimento regulares para garantir esta melhora em campo mentalmente.

“Os clubes precisam disponibilizar espaços de acolhimento e escuta flexível. Estar receptivos a ajustes individuais em rotinas e maneiras de se comunicar. Também podemos citar sobre oferecer profissional para atuar diretamente com a saúde mental, proporcionando um clima de trabalho com mais compromisso e engajamento, através de técnicas e métodos científicos”, reforça Nathália.

O TRABALHO NO REMO…

O maior clássico da Amazônia, o Re-Pa sempre foi marcado por muita paixão, memórias afetivas e, principalmente, rivalidade. Porém, é preciso ter cuidado para não ultrapassar a linha entre as brincadeiras e provocações mais sérias entre torcida e time.

No Clube do Remo não existe um profissional específico para acompanhar a equipe de base. A responsável por coordenar a parte psicossocial do time profissional é a assistente social Marijane Souza, que chegou a trabalhar com a em 2014 e 2015, mas foi levada pela diretoria do Clube para cuidar com mais ênfase do time profissional.

A principal função de Marijane é proporcionar apoio e acompanhamento aos atletas e familiares, elaborar perfil socioeconômico para criar um banco de dados com as informações sobre os atletas, acompanhar e analisar o histórico clínico dos que estão em tratamento médico, dessa forma contribuindo para participação ativa no processo de recuperação, além de desenvolver ações sócio educativas de prevenção e promoção a saúde.

“Eu procuro realizar as entrevistas sociais, onde eu faço essa coleta de dados e futuramente nós elaborarmos alguma publicação com o perfil social do elenco profissional do Clube do Remo”, explica a Assistente Social. “Uma outra questão é detectar quando eles têm alguma dificuldade no âmbito familiar que não é dentro do clube. Nesse elenco nós não temos nenhum caso para fazer uma investigação mais completa. Agora estou trabalhando com um atleta que está lesionado já na preparação para esse processo cirúrgico, o pós-cirúrgico, então é dessa forma que acontece o trabalho do assistente social no futebol”, completa.

… E NO PAYSANDU

Já no Paysandu, quem cuida dos atletas de base com mais ênfase é a comissão técnica. O jovem Thiago Felipe, capitão do time sub 20, avalia de forma positiva o tratamento que o clube tem os jogadores da base: “O cuidado com a comissão técnica tem conosco, atletas, sobre a motivações do dia a dia, sempre tentam nos deixar mais tranquilos e leves para os treinos e jogos e para o futuro da carreira”, afirma.

Thiago Felipe, atleta do Paysandu: focar nos jogos depende também de cuidar da saúde mental.
📷 Thiago Felipe, atleta do Paysandu: focar nos jogos depende também de cuidar da saúde mental. |Divulgação

Mesmo ainda sem o suporte de um psicológico específico para a categoria, Bruno Lima, responsável pela base do Paysandu, disse que o clube está buscando mudar essa realidade e que em breve terão um departamento de apoio para os atletas. Além disso, ele detalha como ocorre atualmente o acompanhamento mental dos jogadores.

“Nós estamos fechando uma parceria para um departamento psicológico para as categorias de base. No entendimento do clube, essa é uma vertente muito importante no crescimento e na evolução do atleta do Paysandu, para jogar futebol e também como ser-humano. Nós também temos reuniões semanais com o grupo e diariamente nossos treinadores também conversam tanto com o grupo de forma coletiva, mas também individualmente, quando se observa alguma dificuldade, alguma diferença de comportamento nos treinos e essa conversa pode, ou não evoluir para uma conversa com a diretoria, com a coordenação”, explica Bruno.

A busca por objetivos mais firmes em relação a saúde mental dos atletas de base do Paysandu, fez com que os investimentos neste setor aumentassem. Porém, ainda há muito o que desenvolver e cuidar com profissionalismo do psicológico dos jovens da base do Paysandu.

“Estamos, muito em breve, fechando com um departamento de psicologia para aí sim cuidar de uma forma muito mais profissional e muito mais direta dos nossos atletas e cuidando também da evolução não só do atleta de futebol, mas também do ser-humano. Tenho certeza que essa nova forma de ver o futebol no Pará, que é pioneira, vai trazer muitos frutos no mínimo de tempo possível”, conclui Bruno.

Para muito além das campanhas de conscientização e postagens em redes sociais no setembro amarelo, é importante que haja o tratamento mais detalhado e que ações concretas ajudem a diminuir os índices de ansiedade entre jogadores que estão começando a carreira e precisam lidar diretamente com a pressão do esporte. Ainda há muito o que mudar na forma de agir para se dar a devida atenção à saúde mental de quem é capaz de dar alegrias ao torcedor: o atleta, que acima de tudo, é um ser humano.

CUIDE-SE

Assim como em outras áreas do corpo, a saúde mental é muito importante. O ser humano não pode dar conta de tudo sozinho e a nossa mente também precisa de cuidado.

Aqui no Brasil, qualquer pessoa que estiver sentindo tristeza profunda, em estado de depressão ou tendo crises de ansiedade, pode procurar ajuda de profissionais por meio do CVV (Centro de Valorização da Vida) ou pelo CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade.

O CVV (www.cvv.org.br) funciona 24 horas por dia pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.

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