Ao final da partida de sábado, muitos questionamentos foram feitos, relativos ao planejamento do departamento de futebol do Clube do Remo. O principal tópico: a continuidade de Ney da Matta à frente da comissão técnica azulina. Contudo, de imediato os diretores tratam de extinguir qualquer dúvida quanto ao assunto, reafirmando a permanência do profissional.

“O Ney fica. Ele e os jogadores vão se apresentar e treinar. Esse resultado é passado. Agora é focar no jogo contra o Independente e pensar na vitória. Ele está conosco e vai continuar”, adiantou Paulinho Araújo, diretor de futebol do clube.

A cobrança em cima dos resultados do time, apesar de válidas, vão além do que somente a saída do treinador. A clara falta de qualidade técnica dos jogadores é o que pode ser considerado nessa oscilação em campo. “Vocês acham que eu queria mexer sempre no time? Não queria, mas precisamos encontrar o encaixe do time, que ainda não encontramos. Vamos batalhar pra fazer as coisas acontecerem. Agora, não é entrar em desespero e contratar fulano que está três meses parado. Não vai adiantar nada. Vai chegar aqui e não vai conseguir jogar”, disse Ney da Matta.

Técnico rechaça corpo mole do elenco

Apática dentro de campo, a equipe do Clube do Remo gerou até mesmo suspeita para os torcedores, sobretudo pela falta de poder de reação após o empate do Cametá, na partida de sábado (23), que encerrou em 1 a 1. A torcida, que vaiou os jogadores e a comissão técnica depois de mais um jogo sem vitória, no calor do jogo acusou que os atletas estariam fazendo corpo mole. Porém, a hipótese foi descartada pelo treinador Ney da Matta, que reafirmou a motivação do grupo, apontando apenas a intranquilidade no último toque como o principal causador pelos resultados ruins. “Achei que nós esbarramos de novo para fazer o gol no adversário. Criamos de novo, tivemos as chances, mas esbarrou de nessa intranquilidade. Todo jogo é a mesma história. A gente vai lá, trabalha, cria, jogador faz as jogadas, e a gente não empurra a bola para dentro. Infelizmente não fizemos os gols”, disse o comandante.

Para o treinador, apesar da pressão, o desânimo passa longe dos azulinos. Pelo contrário. De acordo com Ney da Matta, a inconstância no futebol é algo natural, portanto somente o trabalho fará com que as coisas mudem. “Felizes nós não estamos, isso é óbvio. Mas futebol é isso, é resultado. Acho que não existe motivação melhor do que jogar num clube igual ao Remo, com a torcida igual ao Remo, com pagamento em dia. A motivação maior é essa. Acho que o que está faltando é tranquilidade para empurrar a bola para dentro e continuar trabalhando, não tem jeito. Quem tem que estar desmotivado é quem está desempregado”, diz.

Ataque fraco...

- Contra o Cametá, no último sábado, o setor ofensivo do Clube do Remo tornou a exibir ineficácia. Apesar do gol sofrido, o goleiro Douglas, do Mapará, pouco se esforçou, já que boa parte dos chutes dos azulinos passou distante da trave do arqueiro. 

- Felipe Marque e Isac não renderam no confronto. O camisa 9, inclusive, foi vaiado a cada toque na bola pelos torcedores, justamente pela sua falta de referência e participação nas partidas, algo que vem se tornado constante.

- Entrando no segundo tempo para servir como alternativa, o atacante Elielton, porém, não conseguiu surpreender. De acordo com o atleta, o setor ofensivo está em débito com a torcida e com o próprio grupo, e sabe que uma resposta precisa ser dada o quanto antes. 

- “Não sei o que está acontecendo, cara. A gente treina sempre para acertar, mas nos jogos estamos errando. O torcedor fica triste e nos cobra, e não podemos tirar a razão. Não adianta lamentar, temos que encontrar o problema pra resolver e dar a resposta. Temos capacidade para isso, e vamos mostrar isso”, explicou Elielton. 

(Matheus Miranda/Diário do Pará)

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