A chance para uma 3ª via
Desde os dois anos mágicos de 2011 e 2012, quando Independente e Cametá quebraram a longa hegemonia de conquistas estaduais de PSC e Remo, o título paraense voltou a ser exclusividade da dupla de velhos rivais da capital, de maneira até tediosa. Para 2022, os investimentos de ambos permitem dizer que entram novamente na condição de favoritos na disputa.
Nada impede, porém, que um dos 10 outros times da competição possa outra vez romper o ciclo de domínio dos maiores clubes do Estado, constituindo-se numa espécie de terceira via. As torcidas da dupla Re-Pa estão esperançosas quanto a grandes campanhas, mas o interior sinaliza vir mais forte do que habitualmente ocorre.
Pela organização e sincero empenho na profissionalização da gestão, alguns clubes se destacam. O Águia de Marabá, após alguns anos de baixo rendimento no campeonato, foi buscar Vandick Lima para ser o executivo de futebol e Samuel Cândido para dirigir o time.
Outro clube que vem se sobressaindo nos últimos anos é o Castanhal, cuja administração tem obtido vitórias importantes, como a estruturação do Centro de Treinamento e a criação do Núcleo de Saúde. Renovou com o técnico Cacaio, que havia feito bom trabalho no ano passado. O elenco está reforçado, pois, além do Parazão, o time vai disputar a Copa do Brasil.
Um dos estreantes na competição, o Caeté, aposta na ousadia. Foi atrás de um técnico experiente, com passagens por clubes de Série B. Josué Teixeira, que já treinou o Remo, é o principal reforço do time.
O Bragantino, que ficou devendo no ano passado, depois de forte expectativa quanto à campanha, chega em 2022 com um elenco que reflete uma estratégia de poucos gastos. O comandante será Rogerinho Gameleira, que esteve no Paragominas em 2021.
Matheus Lima, filho de Waltinho, é quem treina o Amazônia Independente, a principal novidade do campeonato. Campeão da Segunda Divisão, o time santareno pratica um modelo diferente em relação aos demais. Prioriza valores regionais, e isso não vale apenas para o grupo de jogadores.
Léo Goiano, ex-Caeté e que tem passagem pelo Remo, vai dirigir o Independente Tucuruí. O clube tem aspirações a repetir o feito de 2011. Não será tarefa tão simples, pois a política de contratações é modesta.
A Tuna, que mudou o comando técnico, optando por Emerson Almeida após a saída de Robson Melo, traz como principal trunfo a base da equipe vice-campeã estadual de 2021. Talvez não seja suficiente para repetir a empolgante campanha, até porque o time terá que se desdobrar encarando o desafio do retorno à Copa do Brasil.
Os demais participantes podem ser vistos como azarões, com direito a eventuais surpresas. Paragominas, Itupiranga e Tapajós são os menos credenciados – pelos baixos investimentos – num campeonato que pode oferecer boas chances a franco-atiradores.
Fé na ciência e segurança para todos
Num gesto de lucidez e responsabilidade, a CBF anunciou que vai exigir a vacinação completa contra covid-19 de atletas inscritos nos torneios da entidade. A decisão consta da nova edição do Guia Médico de Medidas Protetivas para o Futebol Brasileiro 2022, publicado na sexta-feira.
Para a CBF, vacinação plena significa respeito ao período de 14 dias após a aplicação da segunda dose ou da dose única. A partir de agora, haverá exigência do comprovante de vacinação para que um jogador esteja apto a entrar em campo.
Caso os clubes não apresentem o documento, a Comissão Médica Especial da CBF bloqueia automaticamente a inscrição. Diante do clima de politização forçada da questão das vacinas, a entidade se apressou em explicar que adotou o passaporte vacinal para proteger os atletas.
A base para a exigência é a constatação de que a maior parte das internações é de pessoas que não se vacinaram ou não completaram a imunização. Como a variante ômicron é altamente contagiosa e os jogadores atuam sem máscaras, a medida visa evitar contaminações.
Passa a ser obrigatória a inclusão da exigência nos regulamentos específicos das competições organizadas pela CBF. Além dos torneios nacionais, as federações estaduais serão orientadas a adotarem o mesmo critério em seus campeonatos.
Isso significa que, no Campeonato Paraense, a FPF deve incluir no protocolo sanitário a exigência do passaporte vacinal para todos os 12 clubes participantes. Jorge Pagura, médico da CBF, explica que "o interesse coletivo supera o interesse individual em relação à vacinação”.
Entender a vacinação como responsabilidade social é um caminho natural para que haja uniformidade nas ações preventivas. Foi com base nisso que, na semana passada, o jogador Renan Lodi acabou barrado na convocação da Seleção para jogos das Eliminatórias.
FPF empossa primeira mulher na presidência
Com pelo menos duas semanas de atraso, a presidente da Tuna, Graciete Maués, foi designada para assumir interinamente a Federação Paraense de Futebol (FPF). A posse será nesta segunda-feira, 24. A missão coube a ela porque a Tuna (119 anos) é o mais antigo filiado da entidade. Será a primeira vez que uma mulher assume o cargo.
Programado para 28 de dezembro, o pleito na FPF foi suspenso por decisão judicial, a partir de denúncias de irregularidades contra a atual gestão, comandada por Adelcio Torres, candidato à reeleição. Com isso, o mandato de Adelcio expirou, mas ele continuou no cargo porque a CBF deu parecer avalizando sua permanência até a eleição.
Acontece que, pelo estatuto da FPF, o cargo deve ser ocupado provisoriamente pelo presidente do filiado mais antigo. Apesar do posicionamento inicial da CBF, defendido inicialmente pelo ex-presidente, prevaleceu o bom senso e o estatuto foi respeitado.
Agora, Graciete vai convocar a Assembleia Geral, organizar o pleito e garantir que tudo transcorra normalmente. A partir da reabertura do processo, espera-se que as chapas se dediquem a buscar votos e evitem a judicialização da eleição. Afinal, ninguém aguenta mais tanta lambança e chutes na canela.
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