O ambiente era festivo em Dubai. Parecia não haver nada de errado. A Argentina tinha acabado de golear, com facilidade, os Emirados Árabes por 5 a 0 nesta quarta-feira (17). Os jogadores distribuíram sorrisos para jornalistas na zona mista, minutos antes do embarque para Doha, capital do Qatar. Lionel Messi foi abraçado por dois torcedores que invadiram o campo.
Foi quando veio Lionel Scaloni e tudo começou a mudar.
"Existe a possibilidade de mudar a lista dos 26. Depende da evolução dos lesionados. Os demais jogaram e não há muito mais o que dizer. Eles são bem grandinhos e podem dizer se estão em condições ou não", disse o treinador.
Ninguém esperava a declaração e isso acendeu o sinal de alerta. O zagueiro Cuti Romero, o lateral/meia Marcos Acuña e os atacantes Nicolás González e Joaquín Correa se apresentaram para o Mundial com dores ou lesões. O recado de Scaloni seria para quem?
Era para González, 24, e Correa, 28. Em apenas 16 horas após desembarcar no país da Copa do Mundo, a Argentina repetiu o pesadelo de 2018 e perdeu dois convocados antes da estreia.
Foram chamados os atacantes Ángel Correa, 28, e o garoto Thiago Almada, 21, para substituí-los.
Os dois cortados já eram as maiores preocupações da comissão técnica. González sofreu lesão muscular em uma partida da Fiorentina, mês passado, pelo Campeonato Italiano, e deixou o campo chorando. Não se recuperou totalmente e sequer entrou em campo contra os Emirados Árabes.
Apesar de ele já carregar o problema físico, a AFA (Associação de Futebol Argentino) publicou, em sua conta oficial no Twitter, que o jogador sofreu lesão no treino realizado nesta quinta-feira (17), na Universidade do Qatar, o primeiro da equipe em Doha. Não está claro se foi a mesma contusão ou uma outra.
A atividade física foi fechada para a imprensa.
Joaquín Correa teve lesão em tendão do joelho direito na partida da Internazionale contra o Barcelona, pela Champions League. Ele irritou Scaloni ao se declarar pronto para participar do amistoso diante dos Emirados Árabes. Atuou por 45 minutos e fez um gol. Mas saiu com dores. Boa parte da indireta dada pelo técnico foi para o atacante apelidado de Tucu.
A comissão técnica convidou os dois a continuarem com o grupo durante o Mundial.
A perda de Nicolás González foi especialmente sentida pelo técnico. O meia e atacante virou uma espécie de talismã do time pela capacidade de se adaptar a diferentes funções, na armação, na frente, na lateral e fazê-las todas bem. Havia também o orgulho de Scaloni por ter praticamente descoberto, para a seleção, um jogador elogiado por todos no país.
É um desfalque lamentado pelo grupo porque Nico (como é chamado) é querido pelos demais atletas.Há também o fantasma de 2018. É o segundo Mundial consecutivo que a Argentina perde dois nomes antes do início do torneio. Há quatro anos, quando se preparava para a viagem a Moscou, o goleiro titular Sergio Romero e o meia reserva Manuel Lanzini foram cortados por lesão.
Lanzini teve de operar o joelho. Era indiscutível que não poderia disputar o torneio. Romero, que ficava sem a chance de participar de sua quarta Copa, saiu atirando. Acusou Sampaoli de intransigência e disse ter certeza que teria condições de entrar em campo a tempo.
A Argentina chega à Copa de 2022 com 36 jogos de invencibilidade, mas preocupada com questões físicas. Há também o problema do atacante Paulo Dybala, que teve a convocação ameaçada. Ele ainda se recupera de estiramento muscular na coxa.
Até 24 horas antes do primeiro jogo uma seleção pode informar à Fifa a necessidade de mudar por lesão a lista de 26 convocados. O substituto deve sair da relação prévia de 55 nomes apresentada.A Argentina estreia na próxima terça-feira (22), contra a Arábia Saudita.
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