O Paris Saint-Germain (PSG) vive um momento turbulento fora dos gramados. O treinador do clube francês, Christophe Galtier, e seu filho, John Valovic-Galtier, que trabalha como agente de jogadores, foram presos nesta sexta-feira (30) por suspeita de discriminação racial e religiosa contra alguns atletas de futebol.
Segundo o Ministério Público da França, os dois estão sendo interrogados em Nice, onde Galtier treinava o time local na temporada passada. A investigação foi aberta em abril deste ano, depois que um e-mail vazado revelou as supostas declarações racistas do técnico.
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O e-mail foi atribuído a Julien Fournier, ex-diretor do Nice, que teria se desentendido com Galtier. Na mensagem, Fournier acusa Galtier de querer reduzir o número de jogadores negros e muçulmanos no time, alegando que isso não combinava com a realidade da cidade.
Os jornais "L'Équipe" e "Le Monde" confirmaram a prisão de Galtier e seu filho, que também é suspeito de envolvimento no caso. O advogado do treinador não se pronunciou sobre o assunto.
Galtier é um dos técnicos mais renomados da França. Ele foi campeão francês com o Lille na temporada 2020-21, antes de se transferir para o PSG. Seu filho é agente de vários jogadores famosos, como Kylian Mbappé e Neymar.
O PSG ainda não se manifestou oficialmente sobre a situação de seu treinador. O clube é um dos mais ricos e poderosos do mundo, mas também enfrenta críticas por sua política de contratações e sua relação com o Catar, país que financia o projeto e segue uma rígida doutrina islâmica.
A prisão de Galtier e seu filho pode abalar a imagem do PSG e gerar consequências dentro e fora de campo. O caso também levanta questões sobre o racismo no futebol francês e na sociedade em geral.
CAMPAMHA DE DIFAMAÇÃO
Galtier nega as acusações e processou por difamação Fournier e os repórteres Romain Molina er Daniel Riolo que divulgaram o caso. Ele também recebeu ameaças de morte nas redes sociais.
"Estou muito surpreso pelas palavras a que me atribuíram e que foram transmitidas por alguns de maneira irresponsável; me atinge no mais profundo da minha humanidade", afirmou Galtier em uma entrevista coletiva em abril.
O PSG, clube que contratou Galtier em junho de 2022 para substituir Mauricio Pochettino, manifestou seu apoio ao técnico. "O clube apoia Cristopher Galtier e espera que a verdade seja estabelecida pela Justiça", declarou o diretor de imprensa do PSG antes de Galtier falar.
DISPENSADO APESAR DE TÍTULO
A prisão de Galtier acontece poucos dias antes do anúncio de seu sucessor no comando do PSG. O espanhol Luis Enrique Martínez é o grande favorito para assumir o posto.
Apesar de ter conquistado o título francês, Galtier foi informado no início de junho que não continuaria no clube, mesmo tendo contrato até 30 de junho de 2024. O treinador teve uma temporada muito difícil no PSG, o maior clube que treinou na carreira, depois de passar por Saint-Étienne (2009-2017), Lille (2017-2021) e Nice (2021-2022).
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