Dez anos depois: como é a vida de Schumacher após o acidente

Esta sexta-feira (29) marca uma década desde o trágico acidente de esqui que mudou para sempre a vida do heptacampeão mundial de Fórmula 1 Michael Schumacher. Desde então, a vida do ex-piloto permanece cercada de mistérios, com a família e amigos mantendo um equilíbrio delicado entre o respeito à privacidade e o compartilhamento limitado de informações.

Ao longo dos últimos dez anos, o círculo íntimo de Schumacher também tem se esforçado para manter um silêncio respeitoso sobre o estado de saúde do ídolo alemão, optando por não divulgar informações detalhadas. No entanto, amigos próximos e familiares oferecem algumas reflexões sobre o ícone do automobilismo.

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O irmão de Michael, em uma declaração ao Bild, compartilhou memórias emocionantes da relação única que tinham. Ele ressaltou a importância de Schumacher como técnico e mentor em suas vidas, destacando a honra de aprender com o melhor.

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"Michael não era só meu irmão. Quando éramos crianças, ele também foi meu técnico e mentor. Ele me ensinou literalmente tudo sobre corridas de kart. Pode haver uma diferença de sete anos de idade, mas ele sempre estava ao meu lado. Corremos juntos, treinamos manobras de ultrapassagem e tudo que importa no esporte a motor. Ele repassou todas as diferentes coisas que já tinha internalizado. Tive a honra de aprender com o melhor", disse Ralf.

Desde o acidente, a porta-voz dos Schumacher, Sabine Kehm, tem oferecido declarações breves e positivas, enquanto a família mantém o piloto fora dos olhares públicos. O alemão acordou do coma seis meses após o incidente, retornando para casa em Lake Geneva, na Suíça, para um período de reabilitação que nunca teve detalhes precisos divulgados.

VISITAS RESTRITAS

Amigos íntimos e familiares mantêm um grupo restrito de visitas a Michael. A esposa do ex-piloto, Corinna Schumacher, em um documentário de 2021 na Netflix, fez uma rara declaração sobre a situação, destacando que a vida do piloto é agora diferente, e que eles estão fazendo o possível para garantir seu conforto e recuperação.

"Estamos tentando continuar como uma família do jeito que Michael gostava. E ainda gosta. Estamos seguindo com nossas vidas. 'Privado é privado', é o que ele sempre dizia. Michael sempre nos protegeu, e agora estamos protegendo Michael. [...] Todos sentem falta dele, mas o Michael está aqui. Diferente, mas está, e isso nos dá força, eu acho. Estamos juntos. Moramos juntos em casa. Fazemos terapia. Fazemos todo o possível para que Michael melhore e para garantir que fique confortável", disse Corinna.

Jean Todt, ex-presidente da FIA e ex-chefe da Ferrari, equipe onde Schumacher trabalhou, é um dos poucos que mantém contato regular com a família. Ele comentou recentemente sobre o caso à imprensa francesa, observando que o estado de saúde de Schumacher é uma questão privada, respeitando a decisão da família de não divulgar informações detalhadas.

"Michael está aqui, então não sinto falta dele. [Mas ele] simplesmente não é o Michael que costumava ser. Ele é diferente e é maravilhosamente guiado pela esposa e pelos filhos que o protegem. A vida dele agora é diferente e tenho o privilégio de compartilhar momentos com ele. Isso é tudo que posso dizer", comentou Todt.

AMEAÇA DE PROCESSO

A opção da família por manter o estado de saúde de Michael em sigilo é respeitada por amigos e conhecidos. O advogado que representa os familiares, Felix Damm, afirmou que quem repassar informações pode ser processado, enfatizando a importância de respeitar a privacidade da família.

"Se não é a pessoa em causa que está agindo, mas sim amigos ou conhecidos que divulgam informações privadas, este não é um caso de 'autoexposição voluntária' da esfera privada. A pessoa afetada pode, portanto, defender-se contra a divulgação de circunstâncias da vida privada, mesmo que a informação provenha de conhecidos", explicou o advogado.

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