Por conta do início da pandemia do coronavírus no ano passado, os preços de veículos ao consumidor não param de subir no Brasil. Enquanto a covid-19 não for controlada, a expectativa é de que seus efeitos negativos na economia persistam, mantendo a tendência de alta nos preços.
Confira em detalhes quatro motivos para essa disparada nos valores cobrados:
1 - Paralisação de fábricas por falta de semicondutores
A escassez mundial de microprocessadores, cuja produção é concentrada na Ásia, levou à interrupção na produção de veículos de variadas marcas no Brasil ao longo deste ano. Por conta do problema, a disponibilidade de carros zero-quilômetro nas concessionárias foi comprometida, ficando insuficiente para atender a demanda. Esse desequilíbrio entre oferta e procura tradicionalmente "puxa" para cima os preços de determinado produto.
2 - Baixo estoque de usados e seminovos
Os estoques de seminovos e usados em concessionárias e lojas independentes também estão baixos e isso é outro fator a pressionar para cima os respectivos preços. Veículos de segunda mão, que é o tempo entre a compra e a sua respectiva revenda, era superior a dois meses há cerca de um ano. Hoje, caiu para aproximadamente 30 dias.
3 - Aumento do ICMS em SP
Dono da maior frota circulante do Brasil, em torno de 30 milhões de veículos, o governo paulista elevou no começo deste ano as alíquotas de ICMS tanto para carros zero-quilômetro quanto para usados. Dessa forma, os preços praticados no Estado ficaram mais altos na comparação com outras unidades da Federação. Por conta da relevância do mercado de São Paulo, que também é responsável por boa parte da produção nacional de veículos, os preços médios, considerando todo o território do País, inevitavelmente subiram.
4 - Pressão de insumos e logística
Além da escassez de semicondutores, que encareceram por conta disso, outros insumos e serviços essenciais para a produção de automóveis ficaram mais caros ao longo dos últimos dois anos - e elevaram o preço de automóveis ao consumidor. Conforme apresentação da Anfavea para a imprensa realizada em março, de janeiro de 2020 a janeiro deste ano o valor do aço (foto acima) no Brasil teve elevação de 61%; resinas e elastômeros saltaram 68% de dezembro de 2019 a dezembro de 2020; o frete aéreo, por sua vez, teve alta de 105% entre janeiro do ano passado e o primeiro mês deste ano; e o frete marítimo apresentou acréscimo de 339% no mesmo período.
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