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MEDIDAS

Documento divulgado pelo Exército incentiva o isolamento social

Estudo feito por setores estratégicos das forças armadas informa que decisões tomadas por governadores e prefeitos são fundamentais para conter o coronavírus. Por contrariar Bolsonaro, relatório foi tirado do ar

Imagem ilustrativa da notícia Documento divulgado pelo Exército incentiva o isolamento social camera Em Belém, ainda é comum parte da população descumprir as regras de isolamento. | Wagner Santana

Não é só o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, escolhido para substituir Luiz Henrique Mandetta, que apoia o isolamento horizontal como medida mais adequada para tentar conter o aumento dos casos da Covid-19 no Brasil. Um relatório elaborado e assinado pelo Centro de Estudos Estratégicos do Exército (Ceeex), órgão de pesquisa e altos estudos estratégicos do Estado-Maior do Exército, indicou o isolamento horizontal dos brasileiros, adotado por governadores e prefeitos de Norte a sul do Brasil, como principal medida para evitar o contágio do coronavírus. Tudo o que o presidente Jair Bolsonaro tem desautorizado nas últimas semanas.

O documento “Crise Covid-19 estratégias de transição para normalidade” estava disponível na página Ceeex. No dia 6 de abril o site do Centro do Exército saiu do ar, e com ele o acesso ao relatório. Antes disso, o DIÁRIO teve acesso ao estudo, que apresenta a análise e cenários sobre a evolução da crise da covid-19 além de proposta sobre a transição do isolamento para o retorno às atividades normais.

Já nas primeiras considerações, o documento mostra que há um consenso mundial entre os especialistas em saúde, de que o isolamento social seja a melhor forma de prevenção do contágio, especialmente o horizontal, para toda a população. E foi esse trecho que irritou alguns aliados de Jair Bolsonaro, que acabaram interpretando o estudo feito por especialistas em estratégia formados pelas Forças Armadas Brasileiras como um “movimento de oposição ao presidente”, o que levou o Exército a retirar o conteúdo do ar para evitar polêmicas.

De fato, o trabalho realizado pelo Estado-Maior do Exército joga por terra várias teses defendidas por Bolsonaro. Além do fim do isolamento, os especialistas do alto comando do Exército defendem, que, assim como fez o ex-ministro Luiz Mandetta, no primeiro momento do ataque à subida dos casos, o “fechamento [das] escolas em todos os níveis” é fundamental, medida essa amplamente acompanhada pelos governantes.

CONSENSO

Em um terceiro ponto que também contrariou o presidente Bolsonaro, o Centro de Estudos Estratégicos do Exército explica que, “apesar do esforço acadêmico em todo o mundo para encontrar ‘cura ou vacina’”, tais estudos “são incipientes e ainda têm um longo caminho até a produção de soluções viáveis”, como o tratamento com cloroquina que segundo o estudo, há apenas “resultados promissores”. “Diante do tamanho do desafio, ainda não totalmente mensurado, parece clara a necessidade de coesão nacional e de definição de estratégias eficazes e claras”, continua o documento.

“Sem um consenso e uma estratégia muito bem definida, será difícil convencer a população, sobretudo os mais pobres e informais, a ficarem confinados. Os sacrifícios serão grandes, principalmente considerando que a maior parte da população brasileira trabalha para viver e não dispõe de reservas financeiras para atravessar um período muito longo sem renda. O mesmo pode ser dito para boa parte das empresas”, vaticina o alto comando do Exército.

Sobre esse ponto, a análise diz que o Brasil, “em razão de suas conhecidas características regionais heterogêneas, deve buscar soluções próprias”. Além disso, o estudo chama a atenção para o fato de grandes contingentes populacionais viverem em ambientes precários e superpovoados nas grandes cidades ocupando comunidades carentes. O saneamento básico precário, deficiências no sistema hospitalar e “características culturais diversas” também devem ser levados em consideração.

ABERTURA

O documento estabelece dois caminhos para a abertura: o primeiro deles é a transição direta do isolamento - atualmente adotado pela maioria dos Estados brasileiros com maior ou menor grau.

O segundo caminho alternaria quinzenas de isolamento horizontal com o vertical, em razão do tempo necessário de quarentena para o coronavírus (14 dias). Haveria revezamento de atividades permitidas com dias e horários pré-determinados e limite para a presença de pessoas em lojas. Haveria ainda a adoção de distância obrigatória entre as pessoas e de limites no transporte público, além de serem mantidas as proibições de aglomerações.

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