Um grupo de enfermeiros protestou, nesta sexta-feira (1º), em defesa do isolamento social como forma de combater o avanço da Covid-19, além de carregarem cruzes para homenagear colegas que morreram em meio ao enfrentamento da doença. A manifestação ocorreu na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

O protesto foi encerrado após os profissionais da saúde terem sido agredidos verbalmente e fisicamente com empurrões por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Veja:

Com máscara e mantendo distância entre um e outro, cada enfermeiro segurava uma cruz em homenagem aos colegas mortos. Uma faixa pedia para que as pessoas fiquem em casa.

Enrolada em uma bandeira do Brasil, uma senhora gritou com uma das manifestantes que estava "lutando pelo país" e que, se os empresários param de trabalhar, as pessoas ficam "sem o seu salariozinho".

Um homem gritou que os enfermeiros eram "esquerdopatas", que "sindicatos são gafanhotos" e que a campanha deles é "ridícula".

Em nota, o Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal repudiou as agressões:

"O ato tinha como objetivo chamar a atenção para a enfermagem nacional. O protesto tinha três objetivos centrais: defender o isolamento social com base científica, homenagear os trabalhadores da enfermagem de todo o Brasil que morreram lutando contra a Covid-19 e mostrar a importância da categoria", disse o sindicato, acrescentando que o ato foi uma iniciativa da categoria.

O sindicato acrescentou que esses profissionais estão na "linha de frente contra o novo coronavírus". Segundo a organização, há mais de 2,3 milhões de enfermeiros trabalhando no enfrentamento à doença.

"As atitudes tomadas pelos apoiadores do governo vão ao encontro de ideologias fascistas e antidemocráticas. Infelizmente, são embasadas pelas atitudes do Presidente da República que diversas vezes debocha das consequências da pandemia, desconsidera todas as recomendações e diretrizes sobre a importância do isolamento social ao combate do novo coronavírus", afirmou.