As investigações envolvendo políticos com foro privilegiado, no Supremo Tribunal Federal, dentro do inquérito das fake news também estão relacionadas ao "gabinete do ódio", informou o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, na última quinta-feira (4). Ao se manifestar, Aras não citou o nomes dos políticos envolvidos.

O chamado "gabinete do ódio" é um grupo apontado como disseminador de fake news e ameaças em defesa do governo do presidente Jair Bolsonaro. Uma operação da Polícia Federal, realizada na semana passada ouviu seis deputados que prestaram depoimento sobre o suposto esquema de divulgação de notícias falsas. Empresários como o Luciano Jang, o dono da rede de lojas Havan, o ex-deputado Roberto Jefferson e blogueiros também foram alvos das buscas da PF.

Para Augusto Aras, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, também com foro privilegiado, está entre os participantes do "gabinete". 

Fake News: Dono da Havan e Roberto Jefferson são alvos de operação da PF

STF dá cinco dias para Weintraub ser ouvido sobre falas em reunião

O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF, foi quem determinou a apuração dos fatos que correm em segredo de Justiça.

Elcione defende recursos para garantir abrigo a vítimas de violência doméstica

Partidos poderão fazer convenções por meio virtual

Senadores aprovam auxílio da União para casas de atendimento a idosos

O procurador-geral disse ainda reconhecer que o STF tem sido alvo de ataques, e defendeu a continuidade das investigações com melhor definição das ações do Ministério Publico no caso.

"O Supremo Tribunal Federal tem sido alvo de uma campanha difamatória. Temos visto manifestações que transbordam dos limites da liberdade de expressão para não só veicular notícias falsas (fake news), mas perpetrar crimes, sobretudo contra a honra da Suprema Corte e de seus integrantes", afirma.

Essa manifestação foi enviada ao Supremo em resposta a ação do partido Rede Sustentabilidade, que contesta a manutenção do inquérito das fake news. Esse pedido deve ser julgado na próxima quarta-feira (10).

SEPARAÇÃO DOS PROCESSOS

Para Aras a investigação que tem os políticos com foro privilegiado deve ser separado do restante do inquérito.

A defesa parte do princípio de que apenas investigações e processos de políticos com foro têm início em instâncias superiores do Judiciário. Para pessoas comuns, ou seja, sem foro, as ações tramitam na primeira instância.

MAIS ACESSADAS