A força-tarefa da Operação Lava Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu demissão nesta sexta-feira (26) depois de a coordenadora do setor, subprocuradora-geral da República, Lindora de Araújo, supostamente ter tentado acessar o banco de dados do grupo sem o devido processo — eles alegam que não houve indicação de procedimento que justificasse a abertura das informações.

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Lindora assumiu a subprocuradoria em janeiro deste ano. É vista pelos colegas como um nome associado ao bolsonarismo e foi quem pediu por via de petição a operação Para Bellum, deflagrada pela Polícia Federal e que investigou a compra de 400 respiradores pulmonares no Pará.

A informação é do jornal O Globo, que revelou a insatisfação de promotores dentro do Ministério Público Federal (MPF) após o episódio, por causa da suspeita de que o titular da PGR, Augusto Aras, esteja em busca de elementos contra o ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

Lindora fez, nesta semana, uma visita à força-tarefa em Curitiba (PR), o que causou discordância de procuradores da Lava Jato. Após o episódio, 14 procuradores enviaram um ofício ao PGR e à Corregedoria-Geral da República, reclamando sobre o procedimento da visita.

Considerada o “braço direito” de Aras, a subprocuradora substituiu José Adônis Callou, que se demitiu em janeiro. Além dele e dos três promotores que se desligaram nesta sexta-feira — Hebert Reis Mesquita, Luana Vargas de Macedo e Victor Ricelly –, Maria Clara Noleto também já havia deixado o grupo.

Lindora Araújo assumiu coordenadora da Lava Jato há quase seis meses. Foto: CNJ/Arquivo

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