A nota de R$100,00 foi lançada há exatos 26 anos, em 1º de julho de 1994, quando o Plano Real passou a valer no Brasil. Nos dias de hoje, com a inflação acumulada em quase 521%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE.

Em 94, a nota de R$100,00 reais valia o equivalente em bens e produtos a R$621,00. É como se, para corrigir essa distorção com valores arredondados, fosse preciso criar uma nota de R$600,00. A de R$200, então, equivaleria a R$1.200.

Ainda não chegamos a esse ponto, mas em breve a nota de R$ 200 reais estará circulando no país. Ela será estampada pelo lobo-guará, animal típico do cerrado brasileiro. 450 milhões de cédulas serão impressas ainda em 2020.

O anúncio feito pelo Banco Central na última quarta-feira (29) rendeu além de memes na internet, uma série de dúvidas, preocupações e até críticas. Entenda a história.

Por que criar uma nota de R$ 200 agora?

Como mostram os números de inflação, fica claro que nossa moeda perdeu valor desde que foi lançada. Com isso, faz sentido criar uma nota de valor mais alto para tentar não ficar tanto para trás por conta da desvalorização da moeda. Ou seja: a nova cédula já era algo esperado.

O Conselho Monetário Nacional admitiu que a medida já estava prevista, mas ao se explicar, evitou falar de inflação. Em vez disso, focou nos outros motivos que explicam a criação da nota, bem como o timing de sua implementação. Afinal, a inflação acumulada até influencia no processo, mas há um gatilho que acelerou o lançamento da nota: a pandemia.

A liberação do auxílio emergencial aumentou a demanda por dinheiro físico. Ao mesmo tempo, aconteceu um fenômeno conhecido como entesouramento: já que o clima de incerteza sobre o futuro, fez com que a população começasse a guardar dinheiro em suas casas, o que acarretou na diminuição das cédulas em circulação e aumentou mais ainda a demanda por elas. Esse processo, inclusive, aconteceu em vários outros países no mundo.

Além disso, uma nota de R$ 200 ajuda o governo a economizar nas impressões de cédulas. Ou seja, o momento se provou propício para se colocar em prática uma medida que, provavelmente, seria criada cedo ou tarde.

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