Policiais militares foram filmados agredindo jovens em Capanema, no sudoeste do Paraná, durante a madrugada do último sábado (26). As informações são do portal RIC Mais, do Paraná 

Um advogado identificado como Gabriel Felipe Käfer contou que o abuso policial ocorreu em frente à sua residência depois de uma ação no centro do município que iniciou na noite anterior. 

“Eu não estava em casa no momento das agressões e minha namorada me ligou desesperada, falando que tinha policiais aqui na frente da minha casa que estavam agredindo uns rapazes sem motivo nenhum. Os rapazes gritavam o tempo todo que não tinham feito nada e quanto mais eles falavam isso, mais eles eram agredidos", conta o advogado.

Ainda segundo Gabriel, "os policiais não pegaram nem o nome deles, não fizeram nenhuma ocorrência formal, não fizeram nada. Liberaram eles e fingiram que nada aconteceu. Eles aproveitaram que a rua onde eu moro é um pouco escura e não tem movimento e, acredito eu, que tinham certeza de que não seriam pegos”, denuncia ele. 

Violência policial 

Moradores denunciam a ação da polícia, que segundo eles, está sendo violenta, ameaçadora e desnecessária. Entre os relatos de abordagens, existem casos de famílias que não puderam sair dos restaurantes até a serem autorizadas e até de uma jovem que foi presa porque estava filmando a operação policial em Capanema. 

Uma garota, que prefere não se identificar por medo, contou que foi algemada, colocada no camburão e levada pelos policiais porque foi flagrada quando fazia o registro com seu celular. 

Segundo ela, os policiais "jogaram bomba, xingavam, gritavam, davam risada, batiam. Tudo bem fazer uma abordagem policial, mas daquele jeito não poderia, daí, eu peguei o meu celular e comecei a filmar. Era um sargento da ROTAM, ele viu eu filmando, ele estava quase batendo em um cara. Quando ele viu eu filmando, ele veio na minha direção com tanta raiva que eu pensei que ele iria me bater. Daí, eu coloquei o celular no bolso e ele queria o meu celular. Eu falei que não iria dar. Ele me pegou tão forte que meus braços estão todos roxos e me algemou na frente de todo mundo. Aí, me colocaram no camburão como se eu fosse um bandido".

A jovem conta ainda, que chegou a ser levada para o Batalhão da PM, onde ficou "algemada e depois me levaram para a Polícia Civil. Eu não consegui dormir, só de lembrar eu começo a chorar, com certeza vou ficar traumatizada”, relatou ela, afirmando que foi liberada após assinar um boletim de ocorrência.

Resposta da PM

A reportagem entrou em contato com o 3º Batalhão da Polícia Militar em Pato Branco, também no sudoeste do estado, o qual seria responsável pela operação, mas foi orientada a retornar a ligação na segunda-feira (28).

Veja o vídeo:

 

Your browser doesn't support HTML5 video.

MAIS ACESSADAS