O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (5) que pretende no ano que vem apoiar projetos no Congresso com o objetivo de ter um "sistema eleitoral confiável" em 2022 e defendeu o voto impresso.
As declarações de Bolsonaro ocorreram em meio às eleições presidenciais nos EUA e a dez dias das eleições municipais brasileiras. Além do mais, o presidente deve concorrer à reeleição em 2022.
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"Temos sim, já está bastante avançado o estudo. A gente espera ano que vem entrar, mergulhar na Câmara e no Senado, para que a gente possa realmente ter um sistema eleitoral confiável em 22", declarou Bolsonaro, durante uma live transmitida nas redes sociais.
Ele disse ainda que uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que prevê que o voto eletrônico seja impresso e depositado em outra urna pode ser apoiado pelo governo.
"Tem uma PEC da [deputada] Bia Kicis (PSL-DF) que pode ser aproveitada nisso aí, voltando o voto impresso. Que é a maneira que você tem de auditar e contar os votos de verdade aqui".
O mandatário fez referência ao que "acontece em outros países" e que quer "buscar um sistema que seja confiável por ocasião das eleições".
Bolsonaro não mencionou a qual país se referia.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem feito acusações no Twitter de que seria vítima de uma fraude na apuração do pleito em seu país. As projeções das emissoras americanas mostram que o democrata Joe Biden é o favorito a conquistar a Casa Branca.
Bolsonaro é admirador declarado de Trump e já falou publicamente que torce pela reeleição do americano.
O modelo americano é estadualizado e há diferentes formas de votação, inclusive por cédula impressa.
A proposta de Bia Kicis, por sua vez, insere um parágrafo no artigo 14 da Constituição brasileira para determinar que, na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos, seja obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, "a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria".
O presidente Bolsonaro defendeu o voto impresso em outras ocasiões e já questionou –sem embasamento– a apuração do próprio pleito que o elegeu para liderar o país.
Em março, ele disse que houve fraude eleitoral em 2018 e que ele foi eleito no primeiro turno.
"Pelas provas que tenho em minhas mãos, que vou mostrar brevemente, eu fui eleito no primeiro turno mas, no meu entender, teve fraude", disse na ocasião.
Ele nunca apresentou as provas que disse ter em suas mãos. Ele foi eleito em segundo turno, numa disputa com o petista Fernando Haddad.
Na mesma live de quinta, Bolsonaro defendeu ainda a federalização de Fernando de Noronha.
O arquipélago atualmente é parte do estado de Pernambuco, mas a administração do parque nacional na ilha está a cargo do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
"Agora, eu sugeri a gente federalizar Fernando de Noronha, porque parece que virou ali uma ilha de amigos do rei. O rei não sou eu", disse.
Ele voltou a criticar a taxa de visitação na ilha e disse que quer fazer de Noronha um "polo turístico".
"Vamos tentar, se for possível a gente federalizar Fernando de Noronha, acabar com essas questões. Fazer realmente um polo turístico, ouvi dizer que há um tempão não para navio lá, não pode parar navio lá", acrescentou. Poderia ser um local, arranjar recursos para o Brasil vindos de fora, para o turismo. [Para] dar uma condição de vida melhor para a população, não pode aquela ilha ter dono".
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