O Brasil, que sequer saiu da primeira onda de Covid-19, pode emendar na temida segunda onda, que alcançou a Europa e os Estados Unidos com aumentos nos números de casos confirmados e óbitos. É o que apontam especialistas. As informações são do portal Metrópoles. 

Mesmo com as inconsistências nos dados sobre a Covid-19 reunidos pelo Ministério da Saúde devido a falhas na plataforma tecnológica nas últimas semanas, que pode ter impactado nesse aumento,  hospitais particulares e públicos de algumas capitais do país voltaram a sentir a pressão provocada pela Covid-19. Os laboratórios particulares também confirmaram aumento na demanda e na positividade dos testes.

O médico sanitarista Claudio Maierovitch, da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) alerta que o fim do ano, com as tradicionais confraternizações e reuniões de família, pode ser a gota d’água para um novo pico da doença.

Segundo Maierovitch, a maior preocupação é que "o Brasil deixou de tomar as medidas necessárias para o controle da pandemia, a população ficou completamente desamparada pelas autoridades em relação às orientações de saúde, a vigilância epidemiológica não funcionou, os governadores e prefeitos, por sua vez, foram diminuindo os níveis de alerta”.

O médico sanitarista da Fiocruz destaca ainda, que "a tendência é vivermos um novo pico da doença", caso as pessoas não se conscientizem. "Certamente, vamos repetir a Europa", alerta ele. 

Fadiga do lockdown

O epidemiologista Bernardo Horta, da Universidade Federal de Pelotas, afirma que a “fadiga do lockdown” é um fator determinante neste momento. Após muito tempo com a liberdade restrita, as pessoas estão descuidando das medidas de prevenção.

Segundo Horta, a única maneira de se proteger até a vacinação, é evitando aglomerações, usando máscaras e mantendo o distanciamento social.

Sobre a segunda onda, Bernardo afirma que no Brasil, "o esperado é que a doença assuma dinâmicas distintas nas diferentes regiões, de acordo com o comportamento das populações locais".

O epidemiologista ressalta ainda, que  "se novembro, dezembro e janeiro forem meses de festas, viagens e aglomerações, a 2ª onda chegará antes de termos controlado a 1ª".

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