O boto tucuxi, espécie de golfinho de água doce que vive na bacia do rio Amazonas, foi incluído em uma lista de animais em perigo de extinção, que foi divulgada nesta quinta-feira (10). A relação é feita pela União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN).
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Com a inclusão do boto tucuxi na lista, todas as quatro espécies de golfinhos de água doce - incluindo o boto cor-de-rosa - estão ameaçadas de extinção. A organização alerta que o tucuxi tem sido muito afetado pela mortalidade acidental provocada por equipamentos de pesca, por barragens construídas em rios e também pela poluição.
A União Internacional de Conservação da Natureza recomenda, diante da ameaça sofrida pelas espécies, que: sejam eliminadas as chamadas redes de emalhar, utilizadas na pesca; que se reduza o número de presas no habitat desses animais; e que se cumpra a proibição de matá-los intencionalmente.
Ao todo, mais de um quarto das 128.918 espécies de animais, plantas e fungos avaliadas pela organização estão agora ameaçadas de extinção. Isso representa um total de 35.765 espécies em perigo.
Além disso, 31 espécies entraram na categoria de extintas. Elas incluem o chamado "tubarão perdido", do mar da China Meridional, 17 espécies de peixes de água doce do lago Lanao, nas Filipinas, e rãs da América Central e da América do Sul.
"Isso realmente mostra que o mundo está sob enorme pressão", declarou Craig Hilton-Taylor, chefe da Unidade da Lista Vermelha, à agência de notícias Reuters. "A ideia da Lista Vermelha é tentar chamar atenção para espécies e tentar impedi-las de serem extintas, mas às vezes o processo ocorre muito rapidamente”, diz Craig.
SÍMBOLO DO FESTIVAL DO ÇAIRÉ
O boto Tucuxi é símbolo na tradicional 'disputa de botos' que é realizada no Festival do Çairé, na cidade de Santarém, oeste paraense. A disputa entre os botos ocorre desde 1999 e tornou-se tradição no estado do Pará.
TUBARÃO PERDIDO
O "tubarão perdido" só foi formalmente identificado no ano passado, com base em espécimes de décadas de idade. Mas nenhum animal da espécie foi visto recentemente e ele também não apareceu em nenhum dos cinco estudos direcionados, levando a IUCN a listá-lo como "em perigo crítico (possivelmente extinto)".
Os tubarões têm se mostrado historicamente robustos, tendo sobrevivido no planeta por centenas de milhões de anos, mesmo após eventos de extinção em massa, como a queda de um asteroide que se acredita ter exterminado a maioria dos dinossauros.
Especialistas acreditam que esta pode ser a primeira extinção de um tubarão na era humana.
"Infelizmente o que torna uma espécie uma grande sobrevivente no mundo natural não significa torná-la grande sobrevivente ao homem", afirmou o ictiólogo Will White, que nomeou o animal de "tubarão perdido" em 2019.
Já o declínio das populações de rãs na América Central e do Sul foi descrito como "drástico" pela IUCN. O grupo aponta como causa uma doença provocada por um fungo que atinge os anfíbios, que os cientistas associam às mudanças climáticas.
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