Há pouco mais de um ano o mundo foi apresentado à infecção pelo Sars-Cov-2, vírus causador da covid-19, que até o momento já vitimou 2,3 milhões de pessoas ao redor do globo em meio a pandemia. Ademais ao número alarmante de mortos, quem consegue se recuperar da doença ainda está sujeito a outro problema: a síndrome pós-covid.  

O tempo de recuperação da doença segundo relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de duas semanas em quadros leves e de três a seis semanas em casos graves. Porém, as modificações após o quadro, que atingem principalmente o sistema nervoso central, costumam se estender por meses.  

Esse conjunto de sintomas pós-Covid ainda é pouco compreendido, mas inclui alterações cardiopulmonares, fadiga, distúrbios metabólicos, déficits cognitivos e inflamações persistentes que podem durar de semanas a meses. No consultório do médico especialista em nutrologia e dermatologia, Dr. Rafael Soares, a recorrência dessas alterações tem sido considerável.

“As alterações metabólicas mais comuns são a diminuição de hormônios e vitaminas, assim como o aumento de enzimas do fígado, por inflamação persistente”, comenta. 

Outros pontos destacados são quadro de depressão leve a moderada, assim como alterações de raciocínio e memória. “Ambos cenários são reversíveis. Nos meus pacientes uso muitas substâncias naturais, chamadas de nootrópicos, que aceleram a cognição, melhoram memória e até mesmo a disposição do paciente. Além disso, substâncias que diminuem a saturação que ocorre no fígado e reposição dos nutrientes perdidos durante a enfermidade são bem-vindos”, explica o profissional.   

Após 45 dias de tratamentos, os pacientes costumam apresentar respostas satisfatórias e retornam aos parâmetros próximos aos anteriores à doença. “O patógeno causador da covid-19-19 é membro da mesma família do coronavírus da Sars, já relacionada a quadros de fadiga crônica após a infecção e apesar dos relatos, os tratamentos da síndrome envolvem diversas abordagens que precisam ser acompanhadas por um profissional”, alerta o médico.

Foto: Reprodução

MAIS ACESSADAS