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CARTA ABERTA

Banqueiros e empresários pedem medidas contra pandemia

Na carta, eles ainda reforçam apoio a medidas como o auxílio emergencial, a ação dos governadores e se mostram contrários à conduta do presidente Bolsonaro

Imagem ilustrativa da notícia Banqueiros e empresários pedem medidas contra pandemia camera Apelo vem de vários seguimentos dos setores financeiro e empresarial | Reprodução

Mais de 500 economistas, banqueiros e empresários do país assinaram e divulgaram, neste domingo (21), uma carta aberta em que pedem medidas mais eficazes para o combate à pandemia do coronavírus. Em um texto com vários dados, o grupo chama a atenção para o atual momento crítico da pandemia e de seus riscos para o país, e também detalha medidas que podem contribuir para aliviar o que consideram um grave cenário.

A carta é a primeira manifestação de peso de representantes da área econômica no atual pico de contágios e mortes. Nos últimos meses, alguns economistas e acadêmicos começaram a fazer críticas pontuais sobre o combate à Covid-19, mas a maioria não havia se posicionado publicamente até o momento.

"Estamos no limiar de uma fase explosiva da pandemia e é fundamental que a partir de agora as políticas públicas sejam alicerçadas em dados, informações confiáveis e evidência científica. Não há mais tempo para perder em debates estéreis e notícias falsas. Precisamos nos guiar pelas experiências bem-sucedidas, por ações de baixo custo e alto impacto, por iniciativas que possam reverter de fato a situação sem precedentes que o país vive", afirmaram.

Sem citar o nome do presidente Jair Bolsonaro, a carta afirma que a postura adotada por líderes políticos pode fazer diferença tanto para o bem quanto para o mal e, dependendo, podem reforçar normas antissociais, dificultar a adesão da população a comportamentos responsáveis, ampliar o número de infectados e de óbitos e aumentar os custos que o país incorre.

"O desdenho à ciência, o apelo a tratamentos sem evidência de eficácia, o estímulo à aglomeração e o flerte com o movimento antivacina, caracterizou a liderança política maior no país", afirmam.

O texto da carta diz ainda que a situação econômica e social trazida pelo agravamento da pandemia é desoladora, e pode insurgir uma nova contração da atividade no primeiro trimestre deste ano.

"Essa recessão [...] não será superada enquanto a pandemia não for controlada por uma atuação competente do governo federal. Este subutiliza e utiliza mal os recursos de que dispõe, inclusive por ignorar ou negligenciar a evidência científica no desenho das ações para lidar com a pandemia", dizem os economistas.

Entre as quatro medidas citadas na carta como indispensáveis para o combate à pandemia, estão a aceleração do ritmo de vacinação, o incentivo do uso de máscaras -tanto com distribuição gratuita quanto com orientação educativa-, a implementação de medidas de distanciamento social e a criação de um mecanismo de coordenação do combate à pandemia em âmbito nacional, orientado por uma comissão de cientistas e especialistas.

Segundo o economista Marco Bonomo, que participou da redação do texto, há um senso de urgência em relação ao problema e a expectativa é que a carta seja encaminhada aos representantes dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) ainda neste domingo.

A mobilização chama a atenção não apenas pelo grande número de adeptos, mas também pela diversidade dos apoiadores.

Entre os economistas, por exemplo, estão Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real, Laura Carvalho, professora da Faculdade de Economia da USP, Sandra Rios, diretora no Cindes (Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento), Felipe Salto, diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente) do Senado, Elena Landau, economista, advogada e presidente do Conselho Acadêmico do Livres.

"O comentário que eu mais ouvi das pessoas hoje foi que a sociedade está se movendo. E isso precisa acontecer rápido. Não é possível que você não possa avançar com proteção social. [Essa carta] vem para enfatizar coisas que a ciência e os médicos de todo o mundo já falam há algum tempo. Não há discurso entre salvar vidas e salvar a economia. E a carta vem de economistas, exatamente para ficar claro que não existe esse dilema", disse Elena Landau.

A carta tem também a chancela de Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, co-presidentes do conselho de administração do Itaú Unibanco, sinalizando que a mensagem tem eco em outros segmentos da economia.

Setubal e Moreira Salles estão entre as famílias mais ricas do Brasil e detêm o controle de grandes companhias. Os Setubal, por exemplo, têm participação acionária na Itaúsa, que controla empresas como Alpargatas e Duratex. Moreira Salles controlam empresas como a CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração), a Revista Piauí e o Instituto Moreira Salles.

Também há representantes diretamente ligados ao setor produtivo, entre eles Pedro Parente, presidente do conselho de administração da BRF, que detém as marcas Sadia e Perdigão, e Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo e hoje presidente-executivo da Ibá (entidade que representa a cadeia produtiva de árvores, papel e celulose).

Entre os investidores que endossam a mensagem estão Luis Stuhlberger, sócio da Verde Asset, que administra um dos fundos mais rentáveis da história do Brasil, e Fersen Lambranho, presidente do conselho de administração da GP Investments, que tem mais de US$ 5 bilhões (R$ 27,5 bilhões) aplicados em 17 setores.

Economistas ligados ao banco Credit Suisse são outro destaque. Assinam a carta o presidente da instituição, José Olympio Pereira, o presidente do conselho de administração e também ex-presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e a economista-chefe do banco, Solange Srour, que é colunista da Folha.

Também prestam apoio à mensagem outros ex-presidentes do Banco Central, como Armínio Fraga, Affonso Celso Pastore, Gustavo Loyola, bem como ex-minitros da Fazenda, como Pedro Malan, Marcílio Marques Moreira e Rubens Ricupero.

A ideia de criar a carta surgiu em um grupo de WhatsApp no qual se reúnem mais de 200 economistas, criado em 2015. Diante do agravamento da pandemia, os participantes do grupo começaram a pensar em uma manifestação mais formal sobre quais os problemas a serem enfrentados. Para redigir a carta foram escolhidos cinco relatores.

"A pandemia é um tema de primeira ordem na discussão nacional, e a ideia [da carta] é ser uma contribuição propositiva, com a nossa visão sobre o tema. Existem questões complexas que precisam ser melhor atendidas. Nem tudo o que está no documento é do acordo de todos os economistas do grupo, mas um número representativo assinou a carta que, agora, também ganhou assinatura de economistas de outras esferas", afirmou Flávio Ataliba, economista e secretário-executivo de planejamento e orçamento do Seplag (Secretaria do Planejamento e Gestão) do Ceará.

Além do ritmo lento e da insuficiência das vacinas no país diante do risco de surgimento de novas cepas do vírus, a carta também traz ponderações sobre a necessidade de limitação da mobilidade e sobre o custo que a pandemia já teve para o Brasil.

"A falta de vacinas é o principal gargalo. Impressiona a negligência com as aquisições, dado que, desde o início da pandemia, foram desembolsados R$ 528,3 bilhões em medidas de combate à pandemia", diz a carta.

O cálculo mostra que a consequente redução da atividade pela demora em adotar políticas públicas mais adequadas custou uma perda tributária de R$ 58 bilhões só no âmbito federal, enquanto o atraso da vacinação irá custar R$ 131,4 bilhões aos cofres públicos em 2021 em termos de produto ou renda não gerada e supondo uma recuperação retardatária em dois trimestres.

​Veja a carta na íntegra.

CARTA ABERTA À SOCIEDADE REFERENTE A MEDIDAS DE COMBATE À PANDEMIA

"O Brasil é hoje o epicentro mundial da Covid-19, com a maior média móvel de novos casos.

Enquanto caminhamos para atingir a marca tétrica de 3 mil mortes por dia e um total de mortes acumuladas de 300 mil ainda esse mês, o quadro fica ainda mais alarmante com o esgotamento dos recursos de saúde na grande maioria de estados, com insuficiente número de leitos de UTI, respiradores e profissionais de saúde. Essa situação tem levado a mortes de pacientes na espera pelo atendimento, contribuindo para uma maior letalidade da doença.

A situação econômica e social é desoladora. O PIB encolheu 4,1% em 2020 e provavelmente observaremos uma contração no nível de atividade no primeiro trimestre deste ano. A taxa de desemprego, por volta de 14%, é a mais elevada da série histórica, e subestima o aumento do desemprego, pois a pandemia fez com que muitos trabalhadores deixassem de procurar emprego, levando a uma queda da força de trabalho entre fevereiro e dezembro de 5,5 milhões de pessoas.

A contração da economia afetou desproporcionalmente trabalhadores mais pobres e vulneráveis, com uma queda de 10,5% no número de trabalhadores informais empregados, aproximadamente duas vezes a queda proporcional no número de trabalhadores formais empregados.

Esta recessão, assim como suas consequências sociais nefastas, foi causada pela pandemia e não será superada enquanto a pandemia não for controlada por uma atuação competente do governo federal. Este subutiliza ou utiliza mal os recursos de que dispõe, inclusive por ignorar ou negligenciar a evidência científica no desenho das ações para lidar com a pandemia. Sabemos que a saída definitiva da crise requer a vacinação em massa da população. Infelizmente, estamos atrasados. Em torno de 5% da população recebeu ao menos uma dose de vacina, o que nos coloca na 45ª posição no ranking mundial de doses aplicadas por habitante.

O ritmo de vacinação no país é insuficiente para vacinar os grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização (PNI) no 1º semestre de 2021, o que amplia o horizonte de vacinação para toda a população para meados de 2022.

As consequências são inomináveis. No momento, o Brasil passa por escassez de doses de vacina, com recorrentes atrasos no calendário de entregas e revisões para baixo na previsão de disponibilidade de doses a cada mês. Na semana iniciada em 8 de março foram aplicadas, em média, apenas 177 mil doses por dia.

No ritmo atual, levaríamos mais de 3 anos para vacinar toda a população. O surgimento de novas cepas no país (em especial a P.1) comprovadamente mais transmissíveis e potencialmente mais agressivas, torna a vacinação ainda mais urgente. A disseminação em larga escala do vírus, além de magnificar o número de doentes e mortos, aumenta a probabilidade de surgirem novas variantes com potencial de diminuir a eficácia das vacinas atuais.

Vacinas são relativamente baratas face ao custo que a pandemia impõe à sociedade. Os recursos federais para compra de vacinas somam R$ 22 bilhões, uma pequena fração dos R$ 327 bilhões desembolsados nos programas de auxílio emergencial e manutenção do emprego no ano de 2020.

Vacinas têm um benefício privado e social elevado, e um custo total comparativamente baixo. Poderíamos estar em melhor situação, o Brasil tem infraestrutura para isso. Em 1992, conseguimos vacinar 48 milhões de crianças contra o sarampo em apenas um mês.

Na campanha contra a Covid-19, se estivéssemos vacinando tão rápido quanto a Turquia, teríamos alcançado uma proporção da população duas vezes maior, e se tanto quanto o Chile, dez vezes maior. A falta de vacinas é o principal gargalo. Impressiona a negligência com as aquisições, dado que, desde o início da pandemia, foram desembolsados R$ 528,3 bilhões em medidas de combate à pandemia,

incluindo os custos adicionais de saúde e gastos para mitigação da deteriorada situação econômica. A redução do nível da atividade nos custou uma perda de arrecadação tributária apenas no âmbito federal de 6,9%, aproximadamente R$ 58 bilhões, e o atraso na vacinação irá custar em termos de produto ou renda não gerada nada menos do que estimados R$ 131,4 bilhões em 2021, supondo uma recuperação retardatária em 2 trimestres.

Nesta perspectiva, a relação benefício custo da vacina é da ordem de seis vezes para cada real gasto na sua aquisição e aplicação. A insuficiente oferta de vacinas no país não se deve ao seu elevado custo, nem à falta de recursos orçamentários, mas à falta de prioridade atribuída à vacinação.

O quadro atual ainda poderá deteriorar-se muito se não houver esforços efetivos de coordenação nacional no apoio a governadores e prefeitos para limitação de mobilidade. Enquanto se busca encurtar os tempos e aumentar o número de doses de vacina disponíveis, é urgente o reforço de medidas de distanciamento social. Da mesma forma é essencial a introdução de incentivos e políticas públicas para uso de máscaras mais eficientes, em linha com os esforços observados na União Europeia e nos Estados Unidos.

A controvérsia em torno dos impactos econômicos do distanciamento social reflete o falso dilema entre salvar vidas e garantir o sustento da população vulnerável. Na realidade, dados preliminares de óbitos e desempenho econômico sugerem que os países com pior desempenho econômico tiveram mais óbitos de Covid-19. A experiência mostrou que mesmo países que optaram inicialmente por evitar o lockdown terminaram por adotá-lo, em formas variadas, diante do agravamento da pandemia - é o caso do Reino Unido, por exemplo. Estudos mostraram que diante da aceleração de novos casos, a população responde ficando mais avessa ao risco sanitário, aumentando o isolamento voluntário e levando à queda no consumo das famílias mesmo antes ou sem que medidas restritivas formais sejam adotadas.15 A recuperação econômica, por sua vez, é lenta e depende da retomada de confiança e maior previsibilidade da situação de saúde no país.

Logo, não é razoável esperar a recuperação da atividade econômica em uma epidemia descontrolada.

O efeito devastador da pandemia sobre a economia tornou evidente a precariedade do nosso sistema de proteção social. Em particular, os trabalhadores informais, que constituem mais de 40% da força de trabalho, não têm proteção contra o desemprego. No ano passado, o auxílio emergencial foi fundamental para assistir esses trabalhadores mais vulneráveis que perderam seus empregos, e levou a uma redução da pobreza, evidenciando a necessidade de melhoria do nosso sistema de proteção social. Enquanto a pandemia perdurar, medidas que apoiem os mais vulneráveis, como o auxílio emergencial, se fazem necessárias. Em paralelo, não devemos adiar mais o encaminhamento de uma reforma no sistema de proteção social, visando aprimorar a atual rede de assistência social e prover seguro aos informais. Uma proposta nesses moldes é o programa de Responsabilidade Social, patrocinado pelo Centro de Debate de Políticas Públicas, encaminhado para o Congresso no final do ano passado.

Outras medidas de apoio às pequenas e médias empresas também se fazem necessárias. A experiência internacional com programas de aval público para financiamento privado voltado para pequenos empreendedores durante um choque negativo foi bem-sucedida na manutenção de emprego, gerando um benefício líquido positivo à sociedade.

O aumento em 34,7% do endividamento dos pequenos negócios durante a pandemia amplifica essa necessidade. A retomada de linhas avalizadas pelo Fundo Garantidor para Investimentos e Fundo de Garantia de Operações é uma medida importante de transição entre a segunda onda e o pós-crise.

Estamos no limiar de uma fase explosiva da pandemia e é fundamental que a partir de agora as políticas públicas sejam alicerçadas em dados, informações confiáveis e evidência científica. Não há mais tempo para perder em debates estéreis e notícias falsas. Precisamos nos guiar pelas experiências bem-sucedidas, por ações de baixo custo e alto impacto, por iniciativas que possam reverter de fato a situação sem precedentes que o país vive.

Medidas indispensáveis de combate à pandemia: a vacinação em massa é condição sine qua non para a recuperação econômica e redução dos óbitos.

1. Acelerar o ritmo da vacinação. O maior gargalo para aumentar o ritmo da vacinação é a escassez de vacinas disponíveis. Deve-se, portanto, aumentar a oferta de vacinas de forma urgente. A estratégia de depender da capacidade de produção local limitou a disponibilidade de doses ante a alternativa de pré-contratar doses prontas, como fez o Chile e outros países. Perdeu-se um tempo precioso e a assinatura de novos contratos agora não garante oferta de vacinas em prazo curto. É imperativo negociar com todos os laboratórios que dispõem de vacinas já aprovadas por agências de vigilância internacionais relevantes e buscar antecipação de entrega do maior número possível de doses. Tendo em vista a escassez de oferta no mercado internacional, é fundamental usar a política externa - desidratada de ideologia ou alinhamentos automáticos - para apoiar a obtenção de vacinas, seja nos grandes países produtores seja nos países que têm ou terão excedentes em breve.

A vacinação é uma corrida contra o surgimento de novas variantes que podem escapar da imunidade de infecções passadas e de vacinas antigas. As novas variantes surgidas no Brasil tornam o controle da pandemia mais desafiador, dada a maior transmissibilidade.

Com o descontrole da pandemia é questão de tempo até emergirem novas variantes. O Brasil precisa ampliar suas capacidades de sequenciamento genômico em tempo real, de compartilhar dados com a comunidade internacional e de testar a eficácia das vacinas contra outras variantes com máxima agilidade. Falhas e atrasos nesse processo podem colocar em risco toda a população brasileira, e também de outros países.

2. Incentivar o uso de máscaras tanto com distribuição gratuita quanto com orientação educativa. Economistas estimaram que se os Estados Unidos tivessem adotado regras de uso de máscaras no início da pandemia poderiam ter reduzido de forma expressiva o número de óbitos. Mesmo se um usuário de máscara for infectado pelo vírus, a máscara pode reduzir a gravidade dos sintomas, pois reduz a carga viral inicial que o usuário é exposto. Países da União Europeia e os Estados Unidos passaram a recomendar o uso de máscaras mais eficientes - máscaras cirúrgicas e padrão PFF2/N95 - como resposta às novas variantes. O Brasil poderia fazer o mesmo, distribuindo máscaras melhores à população de baixa renda, xplicando a importância do seu uso na prevenção da transmissão da Covid.

Máscaras com filtragem adequada têm preços a partir de R$ 3 a unidade. A distribuição gratuita direcionada para pessoas sem condições de comprá-las, acompanhada de instrução correta de reuso, teria um baixo custo frente aos benefícios de contenção da Covid-1923. Considerando o público do auxílio emergencial, de 68 milhões de pessoas, por exemplo, e cinco reusos da máscara, tal como recomenda o Center for Disease Control do EUA, chegaríamos a um custo mensal de R$ 1 bilhão. Isto é, 2% do gasto estimado mensal com o auxílio emergencial. Embora leis de uso de máscara ajudem, informar corretamente a população e as lideranças darem o exemplo também é importante, e tem impacto na trajetória da epidemia. Inversamente, estudos mostram que mensagens contrárias às medidas de prevenção afetam a sua adoção pela população, levando ao aumento do contágio.

3. Implementar medidas de distanciamento social no âmbito local com coordenação nacional. O termo "distanciamento social" abriga uma série de medidas distintas, que incluem a proibição de aglomeração em locais públicos, o estímulo ao trabalho a distância, o fechamento de estabelecimentos comerciais, esportivos, entre outros, e - no limite - escolas e creches. Cada uma dessas medidas tem impactos sociais e setoriais distintos. A melhor combinação é aquela que maximize os benefícios em termos de redução da transmissão do vírus e minimize seus efeitos econômicos, e depende das características da geografia e da economia de cada região ou cidade. Isso sugere que as decisões quanto a essas medidas devem ser de responsabilidade das autoridades locais.

Com o agravamento da pandemia e esgotamento dos recursos de saúde, muitos estados não tiveram alternativa senão adotar medidas mais drásticas, como fechamento de todas as atividades não-essenciais e o toque de recolher à noite. Os gestores estaduais e municipais têm enfrentado campanhas contrárias por parte do governo federal e dos seus apoiadores. Para maximizar a efetividade das medidas tomadas, é indispensável que elas sejam apoiadas, em especial pelos órgãos federais. Em particular, é imprescindível uma coordenação em âmbito nacional que permita a adoção de medidas de caráter nacional, regional ou estadual, caso se avalie que é necessário cercear a mobilidade entre as cidades e/ou estados ou mesmo a entrada de estrangeiros no país.

A necessidade de adotar um lockdown nacional ou regional deveria ser avaliado. É urgente que os diferentes níveis de governo estejam preparados para implementar um lockdown emergencial, definindo critérios para a sua adoção em termos de escopo, abrangência das atividades cobertas, cronograma de implementação e duração.

Ademais, é necessário levar em consideração que o acréscimo de adesão ao distanciamento social entre os mais vulneráveis depende crucialmente do auxílio emergencial. Há sólida evidência de que programas de amparo socioeconômico durante a pandemia aumentaram o respeito às regras de isolamento social dos beneficiários. É, portanto, não só mais justo como mais eficiente focalizar a assistência nas populações de baixa renda, que são mais expostas nas suas atividades de trabalho e mais vulneráveis financeiramente.

Dentre a combinação de medidas possíveis, a questão do funcionamento das escolas merece atenção especial. Há estudos mostrando que não há correlação entre aumento de casos de infecção e reabertura de escolas no mundo26. Há também informações sobre o nível relativamente reduzido de contágio nas escolas de São Paulo após sua abertura.

As funções da escola, principalmente nos anos do ensino fundamental, vão além da transmissão do conhecimento, incluindo cuidados e acesso à alimentação de crianças, liberando os pais - principalmente as mães - para o trabalho. O fechamento de escolas no Brasil atingiu de forma mais dura as crianças mais pobres e suas mães. A evidência mostra que alunos de baixa renda, com menor acesso às ferramentas digitais, enfrentam maiores dificuldade de completar as atividades educativas, ampliando a desigualdade da formação de capital humano entre os estudantes28.

Portanto, as escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a reabrir em um esquema de distanciamento social. Há aqui um papel fundamental para o Ministério da Educação em cooperação com o Ministério da Saúde na definição e comunicação de procedimentos que contribuam para a minimização dos riscos de contágio nas escolas, além do uso de ferramentas comportamentais para retenção da evasão escolar, como o uso de mensagens de celular como estímulo para motivar os estudantes, conforme adotado em São Paulo e Goiás.

4. Criar mecanismo de coordenação do combate à pandemia em âmbito nacional - preferencialmente pelo Ministério da Saúde e, na sua ausência, por consórcio de governadores - orientada por uma comissão de cientistas e especialistas, se tornou urgente. Diretrizes nacionais são ainda mais necessárias com a escassez de vacinas e logo a necessidade de definição de grupos prioritários; com as tentativas e erros no distanciamento social; a limitada compreensão por muitos dos pilares da prevenção, particularmente da importância do uso de máscara, e outras medidas no âmbito do relacionamento social.

Na ausência de coordenação federal, é essencial a concertação entre os entes subnacionais, consórcio para a compra de vacinas e para a adoção de medidas de supressão.

O papel de liderança: Apesar do negacionismo de alguns poucos, praticamente todos os líderes da comunidade internacional tomaram a frente no combate ao Covid-19 desde março de 2020, quando a OMS declarou o caráter pandêmico da crise sanitária. Informando, notando a gravidade de uma crise sem precedentes em 100 anos, guiando a ação dos indivíduos e influenciado o comportamento social.

Líderes políticos, com acesso à mídia e às redes, recursos de Estado, e comandando atenção, fazem a diferença: para o bem e para o mal. O desdenho à ciência, o apelo a tratamentos sem evidência de eficácia, o estímulo à aglomeração, e o flerte com o movimento antivacina, caracterizou a liderança política maior no país. Essa postura reforça normas antissociais, dificulta a adesão da população a comportamentos responsáveis, amplia o número de infectados e de óbitos, aumenta custos que o país incorre.

O país pode se sair melhor se perseguimos uma agenda responsável. O país tem pressa; o país quer seriedade com a coisa pública; o país está cansado de ideias fora do lugar, palavras inconsequentes, ações erradas ou tardias. O Brasil exige respeito."

VEJA QUEM ASSINOU A CARTA

A última contagem de assinaturas foi feita até às 16h30 deste domingo (21).

Abidiel de Carvalho Aroeira Junior

Adelar Fochezatto

Adriana Rattes

Affonso Celso Pastore

Afonso Luz

Ajax Reynaldo Bello Moreira

Alessandro Sanches Pereira

Alexandre Lowenkron

Alexandre Maia

Alexandre Mattos de Andrade

Alexandre Rands

Alexandre Schwartsman

Álvaro de Souza

Alvaro Piano Rocha

Amanda de Albuquerque

Amella Lorrane Ribeiro Lima

Ana Beatriz Rebecchi Pereira

Ana Cândida Costa

Ana Carla Abrão

Ana Carolina Medeiros Milanezi

Ana Frischtak

Ana Madureira de Pinho

Ana Maria Barufi

Ana Maria dos Santos Moreira

Ana Novaes

Ana Victoria Pelliccione

André de Castro Silva

André Luis Squarize Chagas

André Magalhães

André Perfeito

André Portela

Andrea Calabi

Andréa Galiazzi

Andrea Lucchesi

Andreia de Lima Pereira

Angela Magalhães Gomes

Angela Moraes e Silva

Angélica Maria de Queiroz

Anna Olimpia de Moura Leite

Antonio Kandir

Antônio Márcio Buainain

Aod Cunha

Armínio Fraga

Arthur Augusto Lula Mota

Beatriz Diniz

Ben Lian Deng

Beny Parnes

Bernard Appy

Betina Pegorini

Bráulio Borges

Braz Camargo

Bruno Boni de Oliveira

Bruno Imaizumi

Carla Casa Nova Xerfan

Carla Jucá Amrein C. de Andrade

Carlos Alberto Manso

Carlos Ari Sundfeld

Carlos Brunet Martins Filho

Carlos Fausto

Carlos Góes

Carlos Mauricio

Carmen M. Costa

Carol Conway

Carolina Grottera

Caroline Sawyer

Cassiana Fernandez

Cássio Casseb

Cecília Moraes e Silva

Célia Marcondes Smith

Celso de Campos Toledo Neto

Cesar Hideki Yamamoto

Christian Velloso Kuhn

Christiano Penna

Claudia Sussekind Bird

Claudio Considera

Cláudio Frischtak

Claudio Marinho

Claudio Ribeiro de Lucinda

Cleveland Prates

Comba Cascardo

Cosmo De Donato Junior

Cristian Andrei

Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt

Cristiano Canedo S. S. Albuquerque

Daniel Cerqueira

Daniel Consul de Antoni

Daniel Fainguelernt

Daniel Gleizer

Daniel K Goldberg

Daniel Leichsenring

Daniela Considera

Danielle Carusi Machado

Danilo Camargo Igliori

Davi Ricardo Lopes Alves

David Gotlib

Débora Freire

Demósthenes Madureira de Pinho Neto

Denis Mizne

Denise Castro

Dércio de Assis

Diana Lúcia Gonzaga da Silva

Diana Moreira

Dimitri Szerman

Domingos Brito da Silva

Duilio de Avila Berni

Ed Carlos Ferreira Nascimento da Costa

Edmar Bacha

Edmar Luiz Fagundes de Almeida

Edmundo Valente

Eduardo Amaral Haddad

Eduardo Augusto Guimarães

Eduardo Gulart Monteiro

Eduardo Mazzilli de Vassimon

Eduardo Pontual

Eduardo Souza-Rodrigues

Eduardo Weber

Eduardo Wurzmann

Eduardo Zilberman

Eduardo Zylberstajn

Elane Niskier Goldkorn

Elbia Gannoum

Eleazar de Carvalho

Elena Landau

Elena welper

Elizelma Monteiro

Eloá Sales Davanzo

Emerson Kapaz

Erica Iootty

Erick Lima

Eurico Marques de Oliveira Júnior

Evandro José Neumann

Fabiana Rocha

Fábio Barbosa

Fábio Esperança

Fabio Giambiagi

Fabio Guedes Gomes

Fábio Moraes

Fábio Romão

Fabio Szwarcwald

Fábio Terra

Fábio Xavier da Silveira Rosa

Felipe de Mendonça Lopes

Felipe Falcão Nobre

Felipe Imperiano

Felipe Salto

Fernanda Marques

Fernanda Medeiros

Fernanda Polonia Rios

Fernando Genta

Fernando Penteado

Fernando Postali

Fernando Reinach

Fernando Veloso

Fersen Lambranho

Filipe de luca

Flávia Seligman

Flávio Ataliba

Flavio Bulcão

Francielly Cordeiro Freire da Rocha

Francisco Cavalcanti

Francisco Cunha

Francisco Machado

Francisco Pessoa Faria

Francisco Ramos

Francisco Soares de Lima

Franklin Gonçalves

Frederico Silva

Gabriel Bravim Furlan

Gabriel Ferreira Cavalcante

Gabriel Lucindo

Gabriel Rassi

Gabriella Seiler

Genaro Lins

Geraldo Carbone

Germano Treiger

Gian Paulo Soave

Gilberto Henrique Moraes

Giovanna Ribeiro

Giuliano Guandalini

Graça Seligman

Guilherme Irffi

Guilherme Macalossi

Guilherme Magacho

Guilherme Micota Stipp

Guilherme Tinoco

Guilherme Valle Moura

Guillherme Setubal souza e Silva

Gustavo Gonzaga

Gustavo Loyola

Gustavo Madi Rezende

Hailron de Andrade Torquato

Helcio Tokeshi

Helena Arruda Freire

Hélio Henkin

Henrique Duarte Miareli

Henrique Félix

Henrique Luz

Henrique Vicente

Hilda Azevedo Vieira

Horácio Lafer Piva

Humberto Baranek

Humberto Moreira

Hussein Kalout

Igor Rocha

Ilan Goldfajn

Ilan Gorin

Ilona Szabó de Carvalho

Isac Berman

Isacson Casiuch

Ítalo Moisés

Izabel Portela

Jacob B. Goldemberg

Jacques El kobbi

Jaime Macedo

Jaqueline Marques

Jéssica de Araújo Silva Caieiro

Jessica Gagete-Miranda

Joana acosta

Joana C.M. Monteiro

Joana Naritomi

João Antunes Ramos

João Carlos Figueiredo

João Carlos Nicolini de Morais

João Carlos Rios

João Cesar Tourinho

João Gabriel Caetano Leite

João Henrique Duarte

João Mário de França

João Moreira Salles

João Pedro Souza Rocha

João Prates Romero

João Villaverde

Jorge Peregrino

José Antônio Ferreira da Cunha

José Artur Lima Gonçalves

José Augusto Fernandes

José Augusto Zatti Filho

José Benedito Bortoto

José Cesar Martins

José Guilherme Oliveira

José Luiz Chabassus Maia

José Monforte

José Olympio Pereira

José Roberto Mendonça de Barros

José Rubens

José Taragona

José Tavares de Araujo

Josef Benhaim

Josué Alfredo Pellegrini

Juan Sousa Perroni

Júlia Fontes

Julia Neves da Silva Santos Pretti Espindula

Juliana Camargo

Juliano Assunção

Julio Cesar da Silva

Karina Bugarin

Keila carneiro dos Santos

Kleber F Pasin

Kleyton Vieira Sales da Costa

Laísa Rachter

Laudinei Amorim

Laura Carvalho

Laura de Carvalho Schiavon

Laura Karpuska

Laura Souza

Leandro Guariglia Ferreira

Leandro Machado

Leandro Padulla

Leandro Piquet Carneiro

Leane Naidin

Leany Barreiro Lemos

Leila Frischtak

Leila Maria Gil Neves

Leonardo Beni Tkacz

Leonardo Coviello Regazzini

Leonardo de Carvalho Prozczinski

Leonardo Monteiro Monasterio

Leonardo Rezende

Leyanie Neves

Licinio Velasco

Loide Bedran

Lucas Argentieri Mariani

Lucas de Souza Sartori

Lucas de Toro Rodrigues

Lucas M. Novaes

Lucia Hauptmann

Lucia Souza

Luciana da Silva Marques

Luciano Losekann

Luciene Pereira

Lucila Lacreta

Luis Eugenio Portela Fernandes de Souza

Luís Meloni

Luís Stuhlberger

Luis Terepins

Luiz Carlos Lyra

Luiz Carlos Prado

Luiz Fernando Guedes Pereira Filho

Luíz Godinho

Luiz Guilherme Scorzafave

Luiz Octavio vilela de Andrade

Luiz Otavio Teixeira Mendes

Luiz Parreiras

Luiz Wrobel

Luiza Niemeyer

Maílson da Nóbrega

Manoel Pires

Manuel Thedim

Marcela Carvalho Ferreira de Mello

Marcelo André Steuer

Marcelo Barbará

Marcelo Cunha Medeiros

Marcelo Davi Santos

Marcelo de Paiva Abreu

Marcelo F. L. Castro

Marcelo Fernandes

Marcelo Justus

Marcelo Kfoury

Marcelo Leite de Moura e Silva

Marcelo Pereira Lopes de Medeiros

Marcelo Trindade

Marcia Lahtermaher

Marcílio Marques Moreira

Márcio Coimbra

Márcio Fortes

Márcio Garcia

Márcio Holland

Márcio Issao Nakane

Marcio Mello de Aguiar

Marco Bonomo

Marco Vinicius Cuchiaro

Marcos Camizao

Marcos Freire

Marcos Lederman

Marcos Roberto Furlan

Marcos Ross Fernandes

Marcos Wendde Cruz Carneiro

Maria Alice Moz-Christofoletti

Maria Cristina Mello

Maria Cristina Pinotti

Maria Dolores Montoya Diaz

Maria Gabriela Mazoni do Nascimento

Maria Tereza Sarmento Ferreira

Mariana Coates Furquim Werneck

Marina Rios

Mário Ramos Ribeiro

Marisa Moreira Salles

Matheus Pessôa

Maurício Canêdo Pinheiro

Mauro Rodrigues

Mauro Salvo

Michael Burt

Miguel Fausto

Miguel Nathan Foguel

Milton Seligman

Miriã Botelho

Miriam Seligman

Moacir Salztein

Monica Baumgarten de Bolle

Mônica Viegas Andrade

Naercio Menezes Filho

Natália Nunes Ferreira-Batista

Natalie Victal

Neide Eisele

Nélia Carvalho Rios

Nelson Barros

Nelson Eizirik

Nícia Comerlatti

Nilson Teixeira

Norbert Glatt

Octavio de Barros

Odilon Camargo

Otaviano Canuto

Patrícia Franco Ravaioli

Paula Carvalho Pereda

Paula Magalhães

Paulo Dalla Nora Macedo

Paulo Guilherme Correa

Paulo Hartung

Paulo Henrique de Oliveira

Paulo Hermanny

Paulo Leal Lanari Filho

Paulo Maurício Roncisvalle

Paulo Ribeiro

Paulo Tafner

Pedro Bodin de Moraes

Pedro Bulcão

Pedro Cavalcanti Ferreira

Pedro Dittrich

Pedro Henrique Salerno

Pedro Henrique Thibes Forquesato

Pedro Ivo Marciliano Pires

Pedro Malan

Pedro Menezes

Pedro Moreira Salles

Pedro Parente

Pedro Passos

Pedro Vasconcelos Maia do Amaral

Persio Arida

Priscilla Albuquerque Tavares

Rafael Ahvener

Rafael B. Barbosa

Rafael Dix-Carneiro

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