Um grupo de mais de 400 servidores do Ibama (Instituto Brasileira do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) assinaram um ofício na segunda-feira (20), onde afirmam que o governo Bolsonaro é responsável por paralisar todas as atividades de fiscalização ambiental.

O documento, enviado ao presidente do Ibama, Eduardo Bim, afirma que a interrupção das fiscalizações se deve a uma ordem conjunta do Ministério do Meio Ambiente, do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), publicada em 12 de abril de 2021.

“(...) Mesmo que o agente constate a infração em flagrante, este não deverá lavrar a multa ou qualquer outro termo e sim emitir um relatório, sendo que não há prazo para emissão da análise deste relatório pela autoridade hierarquicamente superior”, denunciam os servidores.

Às vésperas da Cúpula de Líderes sobre o clima, marcada para quinta (22) e sexta-feira (23), o novo episódio confirma a política de desmonte ao meio ambiente promovida pelo governo federal.

Ricardo Salles, ministro do meio ambiente de Bolsonaro, foi alvo de notícia-crime enviada ao Supremo Tribunal Federal pelo então superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva na semana passada.

O servidor acusa Salles de dificultar o trabalho de órgãos ambientais. Saraiva apontou a possibilidade de ocorrência dos crimes de advocacia administrativa, organização criminosa e o crime de "obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público. No entanto, o superintendente da PF foi retirado da função logo após as acusações.

Ricardo Salles, ministro do meio ambiente de Bolsonaro, foi alvo de notícia-crime enviada ao Supremo Tribunal Federal Foto: Reprodução

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