A pastora Flordelis dos Santos está sendo submetida a um depoimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. O objetivo da sessão é questionar a deputada federal do PSL sobre as acusações que pairam contra si de ser a mentora da execução do marido dela, Anderson do Carmo.
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Mesmo com evidências contundentes da participação da pastora no crime, inclusive com os próprios filhos mostrando mensagens em que a deputada pede para matarem Anderson, Flordelis nega o crime e diz estar sendo vítima de uma perseguição.
Ela afirma que dois de seus filhos mataram Anderson por retaliação a abusos que o marido cometia, mas que ela não sabia de nenhum plano.
Mesmo negando ter matado, Flordelis se disse vítima de Anderson. Ela afirmou que o marido ficava com mais da metade do salário dela como parlamentar. Na Câmara dos Deputados, ela disse que o dinheiro era usado para pagar dívidas do casal e para manter a igreja em que atuavam.
“O dinheiro era nosso. Eu é que ficava com 40% do dinheiro, o restante o meu marido ficava para pagar as dívidas, as contas, as nossas contas. Esse dinheiro não era administrado só pelo meu marido. O dinheiro da igreja e da família era administrado pelo meu marido e pelo filho principal que me acusou desse assassinato”, disse a deputada.
No início do depoimento, Flordelis lembrou como o pastor Anderson do Carmo atuava na Câmara dos Deputados. "Meu marido era uma peça fundamental. O apelido do meu marido nesta Casa era '514'. Muitos dos deputados dessa casa nem o chamavam pelo nome, passavam pelos corredores e diziam: 'E aí, 514?'. A parlamentar era eu, mas o articulador era ele", comentou.
Apesar de ser ré no inquérito da morte do marido, a deputada negou qualquer envolvimento com a morte dele. "Eu me tornei cantora renomada pelo meu talento, pela minha voz, mas foi através das articulações que ele fez. Se forem na gravadora, vão ouvir também que as reuniões, as principais reuniões, era ele quem ia", contou.
JÚRI POPULAR
Na quarta-feira, 5, a Justiça do Rio decidiu que a parlamentar irá à júri popular pela morte do marido, morto em junho de 2019, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Na decisão, assinada pela juíza do 3º Tribunal do Júri de Niterói (RJ), Nearis dos Santos Carvalho Arce, outras nove pessoas indiciadas pelo crime também serão submetidas à decisão dos jurados.
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