Caso Miguel: morte completa 1 ano e ex-patroa "segue livre"

Miguel Otávio de Santana, de apenas 5 anos estava aos cuidados da patroa Sarí Corte Real, casada com o então prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker, enquanto sua mãe, Mirtes Renata de Souza, saiu para passear com a cadela da família. O fato chamou a atenção de todo o país após um desfecho trágico: o menino morreu no dia 2 de junho do ano passado, após cair do 9º andar de um prédio de luxo no Recife.

Hoje a tragédia completa um ano. O menino foi deixado sozinho no elevador de serviço pela patroa da mãe dele. Sarí Corte Real segue em liberdade.

Ela não demonstrou arrependimento, diz mãe de Miguel após encontrar ex-patroa

Todo dia 2, a mãe de Miguel acende uma vela e junto da avó de Miguel, Marta Souza, rezando pelo filho. Mirtes Renata Santana de Souza, 34 anos, em entrevista ao Metrópoles, contou que ainda não conseguiu se desfazer das coisas do filho. Roupas, brinquedos e livros da criança ainda estão no mesmo lugar.

Um ano se passou e Mirtes conta que "todo dia eu acordo e durmo pensando em como fazer com que o caso não seja esquecido”. A mãe do menino ressalta que sempre lutou "por ele em vida e vou lutar agora também”.

Vídeo mostra patroa apertando botão de elevador para criança antes da tragédia

O processo corre na 1ª Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente (Cica) do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). A audiência com Sarí Mariana Costa Gaspar Corte Real deveria ter ocorrido em dezembro, mas segundo Mirtes, até agora "não teve nem sequer audiência".

Mirtes disse estar revoltada com a falta de respeito, não bastando "a dor que eu sinto pela perda do meu filho, fazem essa bagunça com o processo". Segundo a Justiça, o crime ainda não foi julgado por conta da pandemia, mas para Mirtes, é apenas uma desculpa, já que "está tudo funcionando remoto”.

Patroa da mãe de Miguel pede perdão em carta aberta

A acusada Sarí Corte Real aguarda o julgamento em liberdade provisória após ter sido presa em flagrante e liberada após pagar R$ 20 mil em fiança.

Vale ressaltar que o crime de abandono de incapaz com resultado em morte tem pena de 4 a 12 anos de prisão.