A compra e distribuição de medicamentos sem eficácia reconhecida para a Covid-19 estão entre as investigação da CPI da Pandemia. E um desses medicamentos, que compõe o chamado "tratamento precoce", é a ivermectina. O relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), pediu informações a diversos órgãos públicos sobre a produção e distribuição dos remédios.
Diversas vezes, o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) foi criticado por defender o "tratamento precoce" contra a Covid-19 com Cloroquina, Ivermectina, entre outros medicamentos, que não possuem eficácia científica comprovada no combate ao novo coronavírus.
Na manhã desta quarta-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro falou que ivermectina “mata bichas”, durante uma entrevista à Jovem Pan de Itapetininga, de São Paulo. “É um tabu, você não pode falar em tratamento precoce. É impressionante. [Se você] tá se sentindo mal, se tá com 38º de febre, você toma algo pra abaixar a febre ou espera chegar a 40 graus? […] A tal da hidroxicloroquina não veio da minha cabeça, não inventei. Conversei com embaixadores nossos que estão em países africanos, médicos”, justificou Bolsonaro.
Ele completou dizendo que tomou cloroquina. “Eu tomei a cloroquina, mais de 200 pessoas tomaram, aqui na Presidência, e ninguém foi a óbito”, argumentou o presidente.
O entrevistador da Jovem Pan completou: “Se serve de demonstração, aqui na rádio, todos nós tomamos a ivermectina e ninguém pegou Covid-19”.
Bolsonaro deu uma gargalhada e disse: “Cuidado que a ivermectina mata bichas”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou reiteradas vezes que medicações como hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, annita, entre outras, não reduzem a taxa de mortalidade do vírus e ainda podem causar efeitos colaterais. A Agência Europeia de Medicamentos também já declarou que não há evidências científicas que comprovem a eficácia desses remédios contra a Covid-19.
O próprio Ministério da Saúde enviou um parecer à CPI no qual admite que o tratamento precoce não funciona. “A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população”, disse.
Veja a entrevista do presidente Jair Bolsonaro
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