A secretária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite Melo, indicou ontem (16), que uma parte da população brasileira terá que receber uma terceira dose da vacina contra a doença. Preocupada com o avanço da variante Delta do coronavírus e com o relaxamento das medidas sanitárias pela população, ela citou a decisão tomada na semana passada pelos Estados Unidos recomendando uma dose adicional para pessoas com sistema imunológico comprometido. É o caso de transplantados, alguns pacientes com câncer e portadores do vírus HIV. Rosana disse que os grupos não deverão ser diferentes no Brasil e afirmou que é possível começar esse processo de vacinação já em 2021.
Pará recebe mais 10.500 doses da vacina Oxford/AstraZeneca
Belém e Ananindeua suspendem vacinação nesta terça-feira
Marituba e Benevides vacinam públicos de várias idades
“Se nós formos pensar numa terceira dose, estamos calculando trabalhar priorizando determinados grupos. Só que isso a gente não decidiu ainda, se teremos ou não terceira dose. Existem outras variáveis que são analisadas. Inclusive nossa câmara técnica tem outra reunião esta semana para definir principalmente a parte dos estudos científicos. Mas conseguiríamos fazer (a distribuição da terceira dose) neste ano, sim”, diz Rosana.
Alguns pontos ainda precisam ser definidos, como quais imunizantes poderão ter uma terceira dose e se será adotada a intercambialidade, ou seja, a aplicação de uma vacina de fabricante diferente daquela que a pessoa tomou antes.
Ela disse que o Ministério da Saúde está preocupado com o avanço da variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia e que vem se espalhando pelo mundo, levando a um aumento de casos mesmo em locais com muitas pessoas vacinadas. Rosana participou de reunião da Comissão Temporária da Covid-19 que funciona no Senado.
“O que nós sabemos, os dados que nós temos é que, em determinadas faixas etárias, está diminuindo essa proteção (das vacinas). Temos alguns estudos preliminares, porém esses estudos não foram publicados. São discussões internas, nem podemos publicizar tanto, em respeito aos pesquisadores, porém já estamos tomando as decisões em nível de gestão, o que fazer, o que planejar, quantificar esses grupos que por ventura precisam (de uma terceira dose), a exemplo do que aconteceu na semana passada nos Estados Unidos, em que se liberou para determinados grupos. Os nossos grupos, provavelmente, pelas nossas discussões, não serão distintos daqueles. Talvez com algumas diferenças - afirmou.
Segundo a gestora, estudos feitos em Israel, nos Estados Unidos e no Reino Unido mostram que nesses países houve um aumento na taxa de hospitalização, algo que ainda não se observou no Brasil, exceto de forma pontual. Ela disse que a variante Delta apareceu de forma mais tímida, porém o cenário está mudando. Também criticou o relaxamento de parte da população e de gestores de saúde.
“Houve infelizmente um relaxamento (das medidas sanitárias) não só por parte da população. Entendemos a nossa cultura latina, mas houve um relaxamento mesmo das pessoas mais entendidas em relação a isso”. E também reconheceu falhas na comunicação: “A comunicação é um dos focos que a gente quer, sim, melhorar”.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar