Em um período de aproximadamente 48 horas, diversos aspectos da vida íntima e familiar do presidente da República Jair Bolsonaro ganharam os holofotes na mídia: desde revelações feitas por um ex-funcionário da casa dos Bolsonaro até suspeitas sobre a orientação sexual do ex-militar. 

Quem resolveu levantar o questionamento sobre a heterossexualidade de Jair Bolsonaro foi o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (sem partido), que declarou, nesta sexta-feira (3), acreditar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seria homossexual. Ainda segundo Maia, Bolsonaro só não teria coragem de “sair do armário”.  

Em entrevista ao podcast Derrete Cast, ele falou que o motivo de Bolsonaro não se sentir à vontade para falar sobre a suposta orientação sexual é devido à formação militar.

"Eu tenho uma grande dúvida [se o Bolsonaro é gay]. Eu acho que é. Não tem nenhum problema. Não tem uma mulher que ele [Bolsonaro] admire, ele não gosta", disse Maia, que, após a fala preconceituosa, tentou se justificar, afirmando que tem muitos amigos gays assumidos. O político citou ainda Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, que recentemente se assumiu homossexual.

"Qual é o problema? Não estou brincando. Acho que esse debate tem que fazer. Ele não consegue assumir o que ele é. Falo sério. As pessoas acham que falo brincando, mas depois me dão razão", continuou, destacando que, como o mandatário "tem formação militar, que é muito reacionária, muito atrasada neste aspecto da orientação sexual, ele prefere dizer que é machão".

 

COMENTÁRIOS REPERCUTIRAM 

As declarações do ex-presidente da Câmara dos Deputados geraram repercussões - a maior parte negativa - nas redes sociais, inclusive pelo ex-deputado federal Jean Wyllys, opositor de Bolsonaro. No Twitter, ele discordou dos comentários, apontando o presidente como homofóbico, sexista e machista.

"Querido Rodrigo Maia, deixe-me explicar uma coisa: o genocida é seguramente misógino, sexista e machista, e tem doentia fixação no coito anal e inveja do gozo da homossexualidade. Tudo isto faz dele um homofóbico, não um gay. Gay sou: ser gay tem a ver com tem a ver com o orgulho de ser", escreveu. Em resposta, Maia disse: "Jean, você pode ter razão".

Querido @RodrigoMaia , deixe-me te explicar uma coisa: o genocida é seguramente misógino, sexista e machista, e tem doentia fixação no coito anal e inveja do gozo da homossexualidade. Tudo isto faz dele um homofóbico, não um gay. Gay sou: ser gay tem a ver com o orgulho de ser! https://t.co/ZiZHN4Ml3r

— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) September 3, 2021

wyllys ainda aproveitou o momento para tentar explicar o próprio ponto de vista sobre a situação, considerando que talvez Bolsonaro tenha "desejos e fantasias com a homossexualidade reprimidos num nível mais ou menos inconsciente que retornam na forma da homofobia".

"Nem todo homem que tem fantasias sexuais com a homossexualidade masculina, reprimidas ou não, é homossexual. Quase todos os héteros que têm essa fantasia reagem a ela com a homofobia; daí esta ser tão presente na socialização e construção da identidade masculina heterossexual", continuou.

"Há homossexuais que são obrigados pela ordem heterossexista (obrigados) a viverem vidas heterossexuais de fachada e ou a reprimirem seus desejos ou vivê-los clandestinamente. Dizemos que estes homossexuais estão no armário. Em geral, também se mostram como homofóbicos e misóginos", finalizou Jean

Só para deixar as coisas mais claras, Rodrigo (inclusive para outras pessoas aqui): ele pode ter (e talvez tenha) desejos e fantasias com a homossexualidade reprimidos num nível mais ou menos inconsciente que retornam na forma da homofobia. 👇🏽

— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) September 3, 2021

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