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O QUE ACONTECEU?

Desaparecimento de idosa em excursão é mistério desde 2012

Familiares relatam que nunca tiveram uma pista sequer sobre o sumiço da aposentada. Polícia afirma que ainda segue investigando o caso.

Imagem ilustrativa da notícia Desaparecimento de idosa em excursão é mistério desde 2012 camera Beatriz ao lado do marido, Delmar: desaparecimento da idosa em outubro de 2012 é um mistério para a família | Reprodução/Arquivo pessoal

O aposentado Delmar Winck estava em uma loja que fica localizada no Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo, na tarde de 21 de outubro de 2012. Do lado de fora, a esposa dele, a idosa Beatriz Winck, o esperava. Quando ele saiu do estabelecimento, não encontrou a companheira. Desde então, a mulher nunca mais foi vista.

Na época do desaparecimento, a polícia disse que apurou o caso, mas as investigações não trouxeram novidades. A família dela chegou a contratar detetives particulares, mas também não conseguiu encontra-la. Os familiares contam que Delmar, hoje com 90 anos, pergunta sobre a esposa com frequência. Até hoje, ele se questiona como ela desapareceu sem deixar rastros.

Primogênito dos quatro filhos do casal, o químico João Winck, de 62 anos, é o principal responsável por procurar a mãe. "É duro dizer, mas tudo isso tem sido um aprendizado. Você amadurece rápido demais. Desde que comecei a procurar a minha mãe, passei a enfrentar uma realidade que nunca imaginei", diz o químico.

Ele revelou que conversou com jornalistas, policiais e até traficantes da região na tentativa desesperadora de encontrar a idosa. "Cheguei a conversar com um gerente de boca de fumo para pedir ajuda. Um juiz me disse que eu não deveria ter feito isso, porque depois ficaria na mão do cara. Mas eu disse pra ele que naquele momento o que mais me importava era procurar a minha mãe", desabafa.

Mesmo após quase dez anos do sumiço da mãe, João acredita que a idosa está viva. Já entre os parentes, os anos sem respostas trouxeram incertezas e a sensação de que Beatriz está morta. Apesar da divergência, os familiares mantêm um desejo em comum: descobrir o que aconteceu com ela.

Em nota, a Polícia Civil de São Paulo afirma que segue apurando o caso.

O desaparecimento

Beatriz morava no município de Portão, no interior do Rio Grande do Sul, com o marido. O casal, que teve quatro filhos, estava casados cerca de 60 anos. Uma das atividades preferidas dos dois era viajar com grupos de idosos da região.

Em outubro de 2012, Beatriz e Delmar foram para Aparecida do Norte em uma excursão com mais de 30 pessoas. Depois, o grupo ainda iria a Poços de Caldas, em Minas Gerais, e Holambra, em São Paulo. Era uma viagem que duraria uma semana.

O ônibus chegou em Aparecida do Norte no domingo, período em que o santuário costuma reunir muitos turistas. Delmar e Beatriz foram ao hotel, deixaram as malas e decidiram passear pela região. "Eles fizeram um passeio pelo Santuário, que naquele dia estava com um público muito grande. Durante essa caminhada, resolveram entrar na Casa das Velas, que vende artigos religiosos dentro da Basílica", relata João.

"Eles escolheram o material que queriam e foram em direção ao caixa. Mas como havia uma fila, meu pai pediu pra minha mãe aguardar na porta de saída da loja, porque ele iria entrar na fila e pagar. Ele viu a minha mãe parada ali fora, esperando. Quando foi a vez dele, pagou e saiu, mas não encontrou mais a minha mãe", conta João.

A partir de então, começou o mistério sobre o desaparecimento da aposentada. Delmar acionou a guarda do santuário. Ele teve a ajuda de conhecidos na busca pela companheira, mas nenhuma pista foi encontrada. "Não acharam absolutamente nada", diz João.

Reconstituição feita pela polícia mostra como Beatriz estaria atualmente (imagem envelhecida por efeito digital)
📷 Reconstituição feita pela polícia mostra como Beatriz estaria atualmente (imagem envelhecida por efeito digital) |Reprodução/Arquivo pessoal

Uma das idosas que estava na mesma excursão que o casal falou que Beatriz reclamou do cansaço e disse que voltaria "para casa". Mas João não acredita que a mãe tenha deixado o santuário, enquanto aguardava Delmar.

"Ela não ia ao banheiro sem avisar meu pai. Ele também não fazia nada sem minha mãe. Eles eram muito ligados. Quando meu pai disse para ela ficar esperando na porta da loja, tenho certeza de que ela ficou ali na porta esperando, mas sumiu por algum motivo", diz João.

Delmar foi ao hotel, mas não encontrou nenhum indício de que a idosa havia retornado ao local. No período da noite, ele comunicou os filhos sobre o desaparecimento da esposa.

João conta que logo pegou um voo para o local. No dia seguinte, registrou um boletim de ocorrência. A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o caso e passou a ajudar nas buscas.

Busca incessante

Após o desaparecimento da idosa, os familiares dela ficaram por um período em Aparecida do Norte em busca de respostas. Foram feitos mais de 50 mil panfletos com a foto da idosa, que foram distribuídos na cidade e em outras regiões. Além disso, diversos voluntários se mobilizaram para procurar Beatriz. Nenhuma pista foi encontrada. Filho criou página no Facebook para divulgar desaparecimento da mãe e buscar possíveis informações sobre o caso.

Desaparecimento de idosa em excursão é mistério desde 2012
📷 |Reprodução

Os responsáveis pelo Santuário de Aparecida informaram que não havia registros que pudessem mostrar o momento em que Beatriz desapareceu. "Só conseguimos acesso às câmeras do Santuário depois de 15 dias do desaparecimento dela. E isso não nos ajudou em nada, porque descobrimos que as filmagens ali eram feitas umas em cima das outras. Então nada ficava registrado", diz João.

Em nota à BBC News Brasil, o Santuário Nacional de Aparecida afirma que possui "estrutura e protocolos que são acionados quando as pessoas se desencontram de seus familiares, sendo efetivo o reencontro ainda no mesmo dia". Sobre o caso de Beatriz, diz que "as investigações foram conduzidas pelas autoridades competentes, com auxílio do Santuário Nacional no que lhe foi solicitado e direcionado".

Já a Polícia Civil de São Paulo afirmou que o caso de Beatriz foi relatado à Justiça em junho de 2013, oito meses após o desaparecimento dela. Dois meses depois, após solicitação de novos procedimentos para a busca da idosa, o caso foi encaminhado ao Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que desde então está responsável pelo caso.

"A 5ª Delegacia de Investigações sobre Pessoas Desaparecidas investiga o caso por meio de Procedimento de Investigação de Desaparecimento (PID) e segue realizando buscas para localizar a vítima. Qualquer informação que possa contribuir com o trabalho policial pode ser fornecida via Disque Denúncia (181)", diz nota da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo.

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