A Polícia Civil de São Paulo prendeu integrantes de uma quadrilha que aplicava golpes se passando pelo Ministério da Saúde.
"Ele se apresentou como sendo um funcionário do Ministério da Saúde que estava fazendo uma pesquisa com relação à Covid. Porque eles precisavam ter os dados mais precisos de quantas pessoas que tinham sido contaminadas. De como que estava realmente o grau de transmissão da doença", conta uma das vítimas ao jornal.
O contato para a falsa pesquisa é feito por telefone, e o objetivo dos criminosos é fazer com que a vítima passe um código de confirmação enviado por mensagem. Esse código, porém, dá acesso ao WhatsApp da pessoa, que acaba clonado.
Neste momento, os criminosos tomam o controle do aplicativo da vítima e começa a se passar por ela para pedir dinheiro para conhecidos. Uma das pessoas entrevistadas pelo jornal relata que tirou R$ 1.300 da poupança e transferiu para a quadrilha.
"Eu recebi a mensagem falando: 'oi, tudo bem, você pode falar?' e depois as mensagens de texto me pedindo dinheiro. Que ela tinha uma conta pra pagar, o boleto tava para vencer e tinha esgotado as transações bancárias. Eu até pensei: é a minha sogra", relata.
De acordo com a polícia, o gupo está aplicando o "golpe da Covid" há nove meses. Segundo as investigações, pelo menos R$ 500 mil já foram roubados usando o nome do Ministério da Saúde.
Cinco pessoas foram presas e vão responder por associação criminosa, estelionato e invasão de dispositivo de informática. "A gente não descarta que há hipótese sim da participação de outras pessoas, dentre elas até as pessoas que participavam emprestando contas bancária", relata Rodrigo Aires, delegado do Deic, ao Jornal Nacional.
Golpe prejudica pesquisa oficial
Por medo de se tratar de um golpe, cerca de 1.200 pessoas já se recusaram a participar da verdadeira pesquisa do Ministério da Saúde, feita em capitais e regiões metropolitanas.
"O Ministério da Saúde nunca, em nenhum tipo da suas ações, ele solicita a confirmação, envio de código. Sempre que a gente faz contato com a população, é um contato pessoal, ou seja, vai existir uma pessoa do outro lado da linha pra falar com a pessoa, e nunca será solicitado envio de senha, código, de nenhum tipo de informação pessoal", destaca Daniela Buosi Rohlfs, diretora do departamento de saúde ambiental, saúde do trabalhador e vigilância das emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, ao jornal.
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