Seis pessoas foram presas na manhã de hoje suspeitas de integrarem uma organização criminosa que praticava agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro no Distrito Federal. Entre os investigados estão Ronie Peter Fernandes da Silva, sargento da Polícia Militar, e seu irmão, Thiago Fernandes da Silva.
Os dois ostentavam vidas de luxo nas redes sociais, posando ao lado de carros esportivos, como um Porsche Carrera, e em destinos paradisíacos como as Maldivas, Fernando de Noronha e os Emirados Árabes Unidos.
O pai dos irmãos e mais quatro pessoas também foram presas suspeitas de movimentar milhões de reais com as práticas delituosas. Um sétimo integrante, que é de São Paulo, está foragido. O grupo, segundo investigações da PCDF, movimentou pelo menos R$ 8 milhões com o esquema.
Segundo a Polícia Civil da capital federal, a quadrilha tinha bases nos municípios de Águas Claras, Taguatinga e Vicente Pires, todos no Distrito Federal, onde montaram empresas de fachada para lavagem de dinheiro.
A investigação policial apontou que valores obtidos por meio de agiotagem eram ocultados com aquisição de veículos de luxo, que eram registrados em nome de terceiros e também por meio das empresas de fachada.
Somente o PM Ronie Peter, que é tratado como líder do grupo, comprou oito veículos da marca Porsche nos últimos dois anos, cada um com valor aproximado de R$ 1 milhão, exibindo uma vida de luxo incompatível com o salário de policial militar.
A operação que prendeu os suspeitos, denominada de S.O.S Malibu, faz referência ao nome de uma das lojas usadas pelos investigados para lavar dinheiro de agiotagem. A empresa, segundo a polícia, está registrada no nome de terceiros e fica localizada em Taguatinga.
A polícia informou que apreendeu três Porsches e uma BMW X4 durante a operação. Os carros apreendidos estão avaliados em R$ 3 milhões. Sete contas bancárias, de pessoas físicas e jurídicas, também foram bloqueadas, e houve bloqueio e sequestro de R$ 8 milhões.
"Caso sejam condenados pela Justiça pelos crimes de usura, extorsão e lavagem de capitais, os investigados pegam penas que superam dez anos de reclusão", explicou o delegado responsável pelo caso.
A investigação apontou que o grupo também é suspeito de atuar com empréstimos de dinheiro com juros superiores aos permitidos por lei (usura ou agiotagem) e cobrava os valores mediante o emprego de grave ameaça - aproveitando o status de um dos suspeitos como policial.
"Durante as cobranças, além das ameaças, o grupo tomava veículos e exigia a transferência de imóveis dos endividados", contou a PCDF sobre como era a atuação da organização criminosa. A estrutura do grupo, segundo investigações da PCDF, tinha hierarquização e havia divisão de tarefas. "Na cadeia de comando havia dois integrantes da mesma família, que emprestavam os valores e cobravam os endividados, mediante grave ameaça. O líder do grupo ainda era responsável pela aquisição dos veículos de alto luxo."
O UOL entrou em contato com os advogados dos presos, mas até a publicação deste texto não obteve retorno. O espaço está aberto para posicionamentos e será atualizado tão logo as defesas dos investigados retornem o contato.
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