Para quem está em busca de uma colocação no mercado de trabalho, o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a retomada das atividades econômicas aumentam a expectativa pela recuperação da geração de empregos neste ano de 2022. Rede social focada no relacionamento profissional e que costuma reunir a oferta de vagas de emprego em diferentes segmentos do mercado, o LinkedIn divulgou um levantamento que aponta os 25 cargos com alta demanda no Brasil em 2022.
Destacando as tendências e oportunidades de longo prazo não apenas para quem está em busca de emprego, mas também para quem pretende investir no desenvolvimento de novas competências ou habilidades profissionais, a lista foi construída a partir de dados do próprio LinkedIn para estimar os cargos que tiveram maior demanda no período entre janeiro de 2017 e julho de 2021, considerando os cargos que tiveram um crescimento consistente na base de usuários da plataforma. Vagas de estágios, cargos de voluntariado, funções temporárias e funções de estudantes foram excluídos da análise.
Consequência de um movimento já observado há algum tempo no mercado de trabalho e da própria aceleração das relações virtuais em decorrência da pandemia, há a presença de vários cargos ligados à área da tecnologia, como os de engenheiro de dados, especialista em cibersegurança e analista de desenvolvimento de sistemas, por exemplo.
Além dos cargos em si, a lista ainda condensa outras informações como, por exemplo, os principais setores das empresas que contrataram o maior número de usuários para aquela função e as competências mais comuns demandadas, dentre outras. De acordo com a plataforma, todos os dados foram baseados nos perfis do LinkedIn de usuários com o cargo ou em dados de vagas em aberto para aquele cargo no país (confira uma versão reduzida no box).
Mais do que estabelecer conexões pessoais entre pessoas de diferentes regiões através da internet, as redes sociais também podem ser importantes aliadas na busca pelo primeiro emprego ou por uma recolocação no mercado de trabalho. A exemplo do LinkedIn, rede social responsável pela lista dos 25 cargos com alta demanda no Brasil em 2002, as plataformas digitais podem ser utilizadas de maneira estratégica também para a vida profissional.
Coordenador de Recursos Humanos e professor da Unama Ananindeua, o administrador John Pablo Pinheiro considera que com o advento da tecnologia nos veículos de comunicação, a forma de buscar por vagas de emprego e até mesmo de participação em processos seletivos mudou.
INTERNET
“A internet proporcionou facilidade de encontrarmos e de localizarmos o que desejamos e no mercado de trabalho o cenário não é diferente. As empresas utilizam este recurso para divulgar suas vagas em plataformas específicas de recrutamento e, atualmente, percebe-se que é muito comum esses anúncios nas redes sociais, um espaço até então criado para a interação entre as pessoas no formato de entretenimento”, diz.
“As redes sociais são grandes aliadas para quem busca se inserir ou se recolocar no mercado de trabalho. Pela facilidade de localizar vagas que se adéquem a seu perfil e por terem a chance de usar essas mídias para expor seu perfil profissional e estreitarem novas relações com objetivos profissionais, o chamado network”.
O professor considera que o LinkedIn é uma das principais ferramentas utilizadas para os profissionais exibirem seus perfis, se candidatarem e serem localizados pelas empresas. Porém, ele alerta que além de apenas ter a conta ativa na rede social, o profissional precisa estar atento ao preenchimento das informações que precisam estar coerentes e com informações reais.
“Deve-se utilizar o LinkedIn com o máximo de informações a favor do profissional, afinal, o perfil do LinkedIn representa o tradicional currículo até então utilizado”, considera. “O LinkedIn é uma vitrine que oportuniza visibilidade e promove o profissional dependendo dos conteúdos ali expostos. Vale a pena ficar atento a como está sendo feito o manuseio do LinkedIn, se está sendo utilizado de acordo com seu real objetivo e a favor do usuário”.
Confira os 25 cargos em alta no Brasil em 2022, de acordo com o LinkedIn
1. Recrutador(a) especializado(a) em tecnologia
Competências mais comuns: Recrutamento de TI, entrevistas, triagem de currículos.
Setores mais comuns: Tecnologia da informação & serviços, recrutamento, Recursos Humanos.
2. Engenheiro(a) de confiabilidade de sites (Também conhecido como: Site Reliability Engineer – SER)
O que faz: Avalia e otimiza a confiabilidade de sistemas com ferramentas de probabilidade e estatística. Entre suas atribuições estão o diagnóstico e o prognóstico de falhas e desenvolvimento de soluções de automação para aprimorar a usabilidade de uma plataforma.
Competências mais comuns: DevOps, Amazon Web Services, Docker.
Setores mais comuns: Tecnologia da informação & serviços, serviços financeiros, internet.
3. Engenheiro(a) de dados (Também conhecido como: Data engineer)
Competências mais comuns: Apache Spark, Hadoop, Hive.
Setores mais comuns: Tecnologia da informação & serviços, serviços financeiros, internet.
4. Especialista em cibersegurança
Competências mais comuns: Cibersegurança, segurança da informação, segurança de rede.
Setores mais comuns: Tecnologia da informação & serviços, serviços financeiros, contabilidade.
5. Representante de desenvolvimento de negócios (Também conhecido como: Business Development Representative)
Competências mais comuns: Outbound Marketing, prospecção de vendas, vendas internas.
Setores mais comuns: Tecnologia da informação & serviços, software de computadores, serviços financeiros.
6. Gestor(a) de tráfego (Também conhecido como: Traffic manager)
Competências mais comuns: Gestão de tráfego, Google Ads, marketing digital.
Setores mais comuns: Marketing & publicidade, tecnologia da informação & serviços, serviços de facilities.
7. Engenheiro(a) de machine learning (Também conhecido como: Engenheiro de aprendizagem de máquina)
Competências mais comuns: Aprendizado de máquina, aprendizagem profunda, ciência de dados.
Setores mais comuns: Tecnologia da informação & serviços, serviços financeiros, software de computadores.
8. Pesquisador (a) em experiência do usuário (Também conhecido como: User Experience Researcher)
Competências mais comuns: Teste de usabilidade, experiência do usuário (UX), design thinking.
Setores mais comuns: Tecnologia da informação & serviços, serviços financeiros, internet.
9. Cientista de dados (Também conhecido como: Analista de dados, Data Science Specialist)
Competências mais comuns: Ciência de dados, aprendizado de máquina, Python.
Setores mais comuns: Tecnologia da informação & serviços, serviços bancários, serviços financeiros.
10. Analista de desenvolvimento de sistemas
Competências mais comuns: Scrum, AngularJS, Microsoft SQL Server.
Setores mais comuns: Tecnologia da informação & serviços, software de computadores, serviços de utilidade pública.
11. Engenheiro(a) de robótica
Competências mais comuns: Automação de processos, robótica, Python.
Setores mais comuns: Tecnologia da informação & serviços, software de computadores, indústria automotiva.
12. Desenvolvedor(a) Back-end
Competências mais comuns: Git, Node.js, Docker.
Setores mais comuns: Tecnologia da informação & serviços, software de computadores, serviços financeiros.
Perfil do candidato deve estar preenchido adequadamente
O professor destaca que na plataforma é possível encontrar vagas de vários níveis profissionais e formação técnica ou acadêmica. Porém, para localizar essas vagas, ele reforça que é importante que o perfil do candidato esteja preenchido adequadamente e que haja compatibilidade com o perfil das empresas e vagas expostas. “Na plataforma existe a opção de sinalizar as empresas sobre o interesse pelas vagas, assim como essas empresas conseguem identificar que o candidato está em busca de uma nova vaga. É a partir dessas interações e conexões que as oportunidades surgem”.
Mais do que utilizar as redes sociais para efetivamente buscar vagas disponíveis, o professor lembra que é possível fazer um bom uso das redes sociais no geral para se posicionar enquanto profissional. “O profissional pode utilizar as redes sociais não apenas para manifestar intenção de que está disponível ao mercado de trabalho, de que ele quer uma vaga para o primeiro emprego ou uma recolocação profissional, mas o profissional pode e deve se manifestar nas redes sociais como um todo mostrando o que ele faz, o que ele produz”, considera.
“Além de outras coisas que se pode publicar sobre a vida cotidiana, o lazer, a pessoa também pode se posicionar como um profissional que tem satisfação de mostrar o que produz e isso pode despertar intenções em recrutadores, nas empresas. De repente, em uma publicação, o recrutador ou uma empresa pode encontrar uma particularidade que pode chamar a atenção e a partir daí podem surgir grandes oportunidades”.
FOTO
Outro ponto de atenção está na necessidade de atentar para a foto utilizada no perfil e para o equilíbrio entre o que se expõe nas redes sociais. “É muito comum profissionais que estão à frente de processos seletivos avaliarem as redes sociais dos seus candidatos”, aponta John Pablo.
“Não só no LinkedIn, mas também nas redes sociais em geral é preciso se preocupar, também, com o que está sendo exposto. Não quer dizer que as pessoas não podem mais postar informações sobre seu lazer, sua família, sobre onde elas estão, mas é importante ter um certo cuidado com as publicações, com os posicionamentos. As empresas hoje dão muito valor em saber quem é aquele profissional por trás do currículo, como ele se relaciona, como ele se comunica, o que ele gosta de fazer, quais são os seus princípios e os seus valores, então, fazer uma conciliação sensata sobre o dia a dia e as intenções profissionais pode ser um ponto importante para promover o profissional”.
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