Não foi a primeira vez que aconteceu um acidente envolvendo carro alegórico em desfile de carnaval, o mais grave foi no ano de 2017, onde a passagem da escola Paraíso do Tuiuti causou um acidente envolvendo vinte pessoas, as vítimas foram imprensadas por uma alegoria desgovernada, uma delas morreu dois meses depois de ser internada após o quadro de saúde se agravar.
Imagens de câmeras de segurança mostram o acidente que matou a menina Raquel Antunes da Silva, 11, na quarta-feira (20), durante a dispersão da escola de samba Em Cima da Hora, que concorria pela Série Ouro, a de acesso ao Grupo Especial. A menina teve as pernas imprensadas entre um poste e um carro alegórico da agremiação.
Encaminhada em estado gravíssimo ao hospital Souza Aguiar, no centro do Rio, ela morreu dois dias depois do acidente.
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No registro, é possível ver que apenas uma pessoa guiava o reboque que transportava o carro alegórico. No vídeo, o guia aparece bem à frente do veículo. Essa é uma situação bem diferente da que foi vista pela reportagem durante o desfile do grupo especial, que começou na última sexta-feira (22).
Na dispersão, funcionários das escolas de samba escoltavam os carros sob os olhares de PMs e guardas municipais. Após o acidente que matou a menina, a pedido do Ministério Público, a Justiça determinou que todas as escolas do grupo de acesso, especial e mirins fizessem a escolta de seus carros até seus barracões.
Após a menina ser prensada, é possível observar no vídeo uma intensa movimentação de pessoas na lateral da alegoria; alguns pedestres são vistos correndo em direção ao local do acidente.
A delegada Maria Aparecida Mallet, responsável pelas investigações, disse na segunda-feira (25) que as imagens captadas por câmeras de segurança mostram que havia muitas crianças no carro da Em Cima da Hora antes de o acidente acontecer.
"Nós precisamos examinar as imagens com mais cautela para afirmar com segurança [quantas crianças havia]. À primeira vista, tinha muita criança no carro alegórico", diz a delegada, titular da 6ª delegacia de polícia, no centro do Rio.
Segundo ela, as imagens contradizem a versão do motorista, que afirmou à polícia não ter visto crianças no local. O homem disse também não ter sido alertado sobre a presença da criança no veículo.
No entanto, afirma a delegada, ainda é cedo para apontar culpados ou a causa do acidente. "A gente trata como homicídio culposo, ou seja, é por negligência, imprudência ou imperícia. Vai ser uma dessas ou até mesmo as três."
Nesta segunda-feira (25), Marcela Portelinha, a mãe da menina, foi à delegacia para prestar depoimento. Já na terça-feira (26), a polícia ouviu Flávio Azevedo, diretor de Carnaval da escola Em Cima da Hora. Ao todo, mais de sete pessoas já prestaram depoimento. A expectativa, segundo a delegada, é que o inquérito seja concluído em 30 dias.
De acordo com parentes e amigos, Raquel subiu no carro alegórico para tirar fotos. Sem perceber que a criança estava lá, o condutor deu partida no veículo, o que acabou causando o acidente. Segundo a pastora Aline da Mota, tudo aconteceu muito rápido.
"Em 20 minutos, no máximo, uma coleguinha dela veio dizer que a Raquel tinha sofrido um acidente", afirmou ao jornal Folha de S.Paulo a pastora da igreja Assembleia de Deus no Morro de São Carlos, frequentada pela família da menina. "Não havia segurança alguma, ela subiu no carro alegórico para tirar foto e sentar. E daí aconteceu essa tragédia."
Veja o vídeo
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